Sistemas prediais avançam em itens como produtividade e sustentabilidade 

Rafael Marko

Por Rafael Marko

Sistemas prediais avançam em itens como produtividade e sustentabilidade 
Foto: Ladeia, Guaranha, Estefan, Genioli, Barbara e Bianchi no evento

Seminário do SindusCon-SP aponta desafios a serem vencidos pelos projetistas 

São promissoras as perspectivas de mais produtividade e sustentabilidade nos sistemas prediais, porém é preciso atentar para a complexidade dos itens e normas a serem atendidos. 

Estas foram algumas das conclusões do segundo painel do 19º Seminário de Tecnologia de Sistemas Prediais, realizado pelo SindusCon-SP, por meio do seu CTQ (Comitê de Tecnologia e Qualidade) e de seu Comasp (Comitê de Meio Ambiente), em 22 de junho, com a participação de mais de 150 pessoas presentes e online. 

Elevadores 

Fábio Dans, gerente Executivo de Vendas da Atlas Schindler, abordou o impacto do avanço tecnológico em produtividade, inovação, conexão e sustentabilidade na cadeia do mercado de transporte vertical. Ele mostrou o aumento, em um ano, de 400% do número de equipamentos conectados, e disse que as intervenções remotas da assistência técnica já respondem por 40% dos reparos nesses elevadores. 

O mesmo trabalho já está sendo feito pela empresa em elevadores de outras marcas, prosseguiu. Também está aumentando o volume de instalações do Telealarme, uma conexão direta entre o elevador e a central 24 horas da empresa. Se necessário, o técnico mais próximo é acionado para realizar o resgate. E usuário e administrador do condomínio são informados em tempo real do andamento da resolução do problema. 

Ele ainda apresentou as ações de redução de emissões de gases de efeito estufa da empresa, como diminuição de uso de papel e frota cada vez mais movida a etanol. Considerou que há potencial de novos ganhos para a empresa e os condomínios, com o aperfeiçoamento da comunicação das inovações tecnológicas. E preconizou um forte treinamento da mão de obra dos instaladores. 

Tubos e conexões 

Fábio Jr. Rippe, especialista de Valor da Tigre, falou de desempenho, produtividade e valor agregado com tecnologia de sistemas prediais. Mostrou soluções de sustentabilidade da empresa, como a transformação de esgoto em água utilizável, além das diversas premiações recebidas. Referiu-se ao desafio de atender as expectativas de incorporadores, investidores e famílias, fabricando os produtos com qualidade e em atenção às normas técnicas. Para tanto, são necessárias produtividade, garantia e habitabilidade, afirmou. Mostrou o conceito do ClicPEX da empresa, com seu sistema de engate rápido, trazendo produtividade e desempenho, além de garantia de 50 anos. 

O palestrante apresentou ainda as demais soluções articuladas da Tigre, o tubo ponta a ponta e os ensaios que vão além do que as normas pedem. Defendeu ainda a união de incorporadoras, projetistas, construtoras, fabricantes, instaladoras e clientes finais para a eficácia dos projetos. Os técnicos da empresa estão à disposição para orientar os condôminos, e desde março há venda direta para incorporadoras e construtoras. Alertou que as listas de materiais dos compradores das construtoras às vezes vêm incompletas. E preconizou repensar a formação do engenheiro de instalações. 

Norma de Garantias de Edificações 

Almir Zanettin, diretor técnico da Controlli Engenharia, analisou a confiabilidade dos sistemas prediais no contexto da Norma de Garantias de Edificações, que entrou em vigor em 10 de junho. 

Ele explicou as disposições desta norma. Mostrou tudo o que o projeto precisa levar em conta, como: a existência de mais de 30 tipos de instalações prediais; os riscos climáticos como o aumento da incidência de raios; os sistemas compostos de muitos equipamentos como os de aquecimento de água, o atendimento à Norma de Desempenho, e assim por diante. 

Para garantir o atendimento à Norma de Garantias, segundo ele, é preciso estabelecer parâmetros de projeto, prazos, execução, gestão de garantia e manutenção, ao longo de todo o processo da concepção e execução do empreendimento. É preciso avaliar previamente as condições dos fornecimentos das concessionárias de serviços, definir os espaços técnicos que prevejam espaço para manutenção pós-obra, analisar criticamente todos os itens do projeto dos sistemas prediais (incluindo o detalhamento da execução de testes e ensaios). 

Para uma boa execução dos sistemas prediais, é preciso que o material esteja muito bem especificado, as equipes devem ser qualificadas e os treinamentos dos profissionais serem específicos, para cada instalação. É preciso ainda atentar para os procedimentos corretos, desde o recebimento do material, passando pelo acondicionamento, instalação, até o comissionamento. Chamou a atenção para monitoramentos que assegurem a garantia dos sistemas, seguindo as regras e os treinamentos dos fabricantes, e realizando a manutenção dos equipamentos utilizados. 

Ele ainda mencionou os cuidados na fase de entrega do empreendimento, com ênfase no detalhamento das incumbências de operação e manutenção de responsabilidade dos proprietários, e na fase de pós-obra, sem se esquecer do monitoramento pela construtoras com base na norma de inspeção predial. Alertou para informações equivocadas que aparecem nas redes digitais, em vez de se atender às recomendações dos fabricantes. O comissionamento pode ajudar construtoras e instaladoras a visualizar onde concentrar os treinamentos. Há que se cuidar do tempo de resposta da chegada de água quente aos pontos mais distantes dos equipamentos de aquecimento, o que às vezes se torna difícil: a parte civil desta instalação geralmente está muito próxima do prazo de entrega da obra. 

Nos debates que se seguiram, Lauro Ladeia destacou a necessidade de trazer esses valores para o cliente final. Marcelo Guaranha ressaltou a importância da experiência do usuário final e seu peso na avaliação do empreendimento. Segundo ele, faz-se necessária uma profunda análise do impacto que a Norma de Garantias tem nas relações entre projetistas, incorporadoras, construtoras, fabricantes e instaladores. Há que se avaliar o que agora deve ser incluído nos manuais do proprietário e das áreas comuns, e o que transmitir aos operadores finais dos sistemas. 

Bianchi chamou a atenção para a necessidade de todos os elos da cadeia trabalharem juntos para evitar erros de especificações dos sistemas prediais nos projetos, que resultem posteriormente em gastos inesperados de assistência técnica no pós-obra. 

Confira a primeira parte do evento aqui.

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