Evento debate desafios estruturais dos empreendimentos

Daniela Barbará

Por Daniela Barbará

Evento debate desafios estruturais dos empreendimentos

Palestrantes apresentaram cases reais sobre estruturas mistas, construções em aço e o uso do BIM

Eduardo May Zaidan, vice-presidente de Economia do SindusCon-SP

No 23º Seminário Tecnologia de Estruturas e Fundações, realizado em formato híbrido pelos Comitês de Tecnologia e Qualidade (CTQ) e de Meio Ambiente (Comasp) do SindusCon-SP, em 31 de agosto, Eduardo May Zaidan, gestor do Contrato obra “O Parque” na RFM & Porto Ferraz Engenharia e vice-presidente de Economia do SindusCon-SP apresentou os desafios estruturais do empreendimento, que conta com 182.359 m² de construção distribuídos em 38.252 m² de terreno.

A maior parte do projeto foi executada no período da pandemia, pois o início da obra foi em maio de 2019 e a previsão de término é dezembro desse ano. Entre suas torres estão: residencial Pétala com 47.985 m²; residencial Folhagem com 48.101 m², Long Stay Torre Cipó com 38.537 m², corporativo Orvalho com 45.673 m², lojas com 1.290 m², um restaurante com 770 m² e 51.000m² de garagem, totalizando 62.380m³ de concreto e  4.678 toneladas de aço e envolvendo 1.100 trabalhadores.

Zaidan destacou algumas das dificuldades enfrentadas ao longo do período de obras como carregamento de cimbramento em laje não previsto;  disponibilidade de material no mercado (vigas metálicas tipo W610x140); manobras em altura de peças de alta carga; trabalho em altura de toda equipe (operários, encarregados, mestres e engenheiros); impacto nos ciclos de concretagem de 6 para 15 dias + trechos de complemento futuro; e planejamento de mobilização, envolve o entrosamento de diversas áreas e fornecedores.

Sobre as vigas provisórias, Zaidan pontuou que foi utilizado traço com cimento ARI 45MPa e 3 toneladas de aço por viga; as vigas provisórias não solidarizaram com a laje; o dimensionado para carga de até 3 pavimentos (31º, 32º e 33º) e o escoramento especial pôde ser retirado após 4 dias da concretagem do 34º pavimento; Todo o sistema de escoramento dessa região foi reapertado após a protensão da laje superior; e a demolição das vigas provisórias foi realizada após retirada total do escoramento e vigas metálicas.

Construções em Aço e o Uso do BIM

Janaína Maria da Silva, Especialista de Marketing de Construção em Aço da Gerdau

Em relação à construção industrializada, Janaína Maria da Silva, Especialista de Marketing de Construção em Aço da Gerdau destacou a prática de fabricar os componentes de uma edificação fora do canteiro de obras, em um ambiente industrial controlado.

“Uma vez prontos, os componentes são transportados em conjuntos ou subconjuntos para a montagem da estrutura completa no local onde a edificação será localizada. Entra as suas vantagens estão a maior qualidade dos sistemas, rapidez de montagem, precisão, maior previsibilidade de prazos e custos”, destacou ao participar do painel Construções em Aço e o Uso do BIM.

Em relação a construção em aço, Janaína ressaltou entre as vantagens das estruturas de aço: a produção off-site, maior resistência, facilidade de transporte e manuseio, redução da carga nas fundações, precisão dimensional, limpeza da obra, facilidade de reforço e flexibilidade.

Janaína apresentou os cases: Hospital Mater Dei em Salvador, uma solução mista de aço e concreto, que contou com 3 mil toneladas de aço e a montagem da estrutura realizada em 8 meses; e, Ampliação do Aeroporto de Florianópolis, uma área de 50 mil metros quadrados, 4.500 toneladas de aço e com subsistemas industrializados.

Maurício Silveira Martins, especialista em Construção Civil da Gerdau

Ao apresentar o Vergalhão Gerdau GG 70, Maurício Silveira Martins, especialista em Construção Civil da Gerdau destacou entre os desafios da construção civil: crescente urbanização, déficit habitacional, verticalização dos centros urbanos, aumento da demanda por infraestrutura nos centros urbanos e redução do impacto ambiental. “Os ganhos estimados no ramo imobiliário em redução de consumo de aço em pilares de edifícios altos estão na casa de 20 a 25% e em vigas de transição, 20%”.

Estrutura Mista

Hélio Ferreira da Silva Júnior, gerente de Obras na Construtora R. Yazbek

Ao apresentar o case do Colégio Bandeirantes, Hélio Ferreira da Silva Júnior, gerente de Obras na Construtora R. Yazbek, destacou os benefícios do uso da estrutura mista em tempo recorde na construção civil.

Em relação aos ganhos de produtividade, a solução conta com uma redução de 47% no prazo em dias úteis na comparação entre estrutura mista ante a convencional. Quanto considerado o critério de utilização de mão de obra, a redução é de 46%.

Construído em uma estrutura mista e concreto armado com fachadas pré-moldadas, o colégio conta com uma área construída de 12.257,34 m², divididos em 11 pavimentos mais barrilete e 3 subsolos. Em relação à metodologia construtiva na parte de contenção são perfis metálicos e linhas de tirantes, enquanto a fundação foi hélice contínua. “O tempo médio de trabalho foi de três meses e meio com cerca de 22 funcionários”.

A parte final do evento contou com um debate moderado pelo Engenheiro Jorge Batlouni Neto, Vice-Presidente de Tecnologia e Qualidade do SindusCon-SP. Todas as apresentações estão disponíveis aqui.

 Para mais informações sobre o CTQ do SindusCon-SP, dúvidas ou sugestões, envie e-mail para [email protected]

Patrocínio: Atlas Schindler, Gerdau e Votorantim Cimentos. Parceria institucional: O Estado de S. Paulo.

Apoiam o evento: ABNT CB002, Abrainc, AsBea-SP, Abramat, Aelo, Apemec, Abece, Cobracon, Ibracon, Secovi-SP e Seconci-SP.

Leia mais em: https://sindusconsp.com.br/seminario-mostrou-inovacoes-na-edificacao-de-estruturas/

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