SP Expo e Comgás firmam parceria para sistema de cogeração a gás natural inédito em centro de eventos

Enzo Bertolini

Por Enzo Bertolini

SP Expo e Comgás firmam parceria para sistema de cogeração a gás natural inédito em centro de eventos

O São Paulo Expo e a Companhia de Gás de São Paulo (Comgás) deram início nesta segunda-feira (31) à pré-operação do primeiro sistema de cogeração e climatização a gás natural em um centro de exposições no Brasil. O projeto, que entra em funcionamento pleno no Salão do Automóvel (10 a 20 de novembro), é parte do processo de modernização e ampliação do São Paulo Expo — administrado pelo grupo francês GL events — para ser o maior centro de exposições do Brasil, com investimento total de R$ 410 milhões.
Com a iniciativa, o São Paulo Expo passa a ter capacidade de produzir até 6 MW de energia elétrica e de climatizar toda a área de centro de exposições a partir de uma única fonte de energia, o gás natural. No total, são 100 mil metros quadrados de área: 90 mil m² com modulações para até oito pavilhões e 10 mil metros quadrados do centro de convenções.
ComgásO evento contou com a presença do secretário de Energia e Mineração do Estado de São Paulo, João Carlos Meirelles, que representou o governador Geraldo Alckmin, do diretor de Operações do São Paulo Expo, Daniel Galante, do presidente da Comgás, Nelson Gomes, e do vice-presidente do SindusCon-SP, Francisco Antunes de Vasconcellos Neto.
“Essa usina demonstra que a iniciativa privada pode e deve estabelecer parcerias para o desenvolvimento de soluções que garantam o fornecimento de energia mais eficiente e sustentável”, afirmou Vasconcellos Neto. “A solução adotada no São Paulo Expo tem estas características e, com certeza, será um bom exemplo a ser seguido.”
Para Meirelles, o gás natural é uma forma segura e barata de gerar energia elétrica. “Estamos trabalhando em conjunto com os estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Pernambuco e Rio Grande do Sul para ampliar a participação do gás natural na matriz energética nacional e exemplos como este do São Paulo Expo é um incentivo aos empresários a realizar a cogeração a gás”, disse.
Comgás_2A cogeração a gás natural é uma das formas mais estáveis e seguras de produção de energia, uma vez que é gerada diretamente no centro de consumo, evitando perdas nos processos de transmissão e distribuição, minimizando investimentos neste sentido para o País e, por intermédio do aproveitamento da energia térmica,  produz outras aplicações complementares como a climatização e o vapor.
“A Comgás proporcionou ao São Paulo Expo a melhor solução entre as alternativas existentes, em condições muito mais competitivas. Disponibilizamos o serviço, a versatilidade e a segurança do gás natural e contribuímos prestando consultoria em todas as etapas do processo. Foi assim que surgiu a proposta de cogeração”, afirmou o presidente da Comgás, Nelson Gomes.
Para Damien Timperio, diretor geral do São Paulo Expo, o novo sistema de geração de energia segue a proposta de modernização do espaço. “Fizemos um levantamento que nos mostrou que o gás natural traria ganhos de eficiência energética e econômicos, além de ser um método mais sustentável e seguro. Para um espaço do porte do São Paulo Expo, foi a escolha apropriada para oferecer conforto aos clientes”, afirmou.
Participaram do evento também o secretário adjunto de Energia e Mineração do Estado de São Paulo, Ricardo Toledo Silva; o diretor da Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Artesp), Paulo Góes; o presidente da Associação da Indústria de Cogeração de Energia (Cogen), Newton Duarte; o presidente da GL Events, Arthur Repsold; o diretor comercial da Comgás, Sergio Luiz da Silva; o diretor de Relações Institucionais e Assuntos Regulatórios da Comgás, Carlos Eduardo Brescia; o diretor de Operações e Serviços da Comgás, Carlos Eduardo Brescia; e o diretor operacional do São Paulo Expo, Daniel Galante; entre outros.
Projeto
Para levar o gás natural até o local da usina de cogeração, a Comgás construiu cerca de dois quilômetros de rede durante um mês de obras.
UsinaO projeto da usina prevê uma capacidade de três geradores de 2 MW. Em paralelo, aproveitando o calor dos motores, funcionará um sistema de refrigeração, com um chiller de absorção de 900 TRs. O equipamento produzirá parte da água gelada utilizada no processo de climatização — tarefa que terá o reforço de outros dois chillers de absorção de queima direta do gás natural, cada um com 1.100 TRs. São mais de 3 mil toneladas de refrigeração para toda a área do centro de convenções.
O volume de consumo de gás natural mensal é estimado em 160 mil metros cúbicos, o que seria suficiente para abastecer 12.300 casas com consumo médio de 13 metros cúbicos por mês. A cogeração também alivia o sistema de geração e distribuição de energia elétrica. Para alimentar a mesma energia seria necessária a contratação de de 9 MW de demanda da distribuidora local, com um consumo de aproximadamente 810.000 kWh por mês.
O que é cogeração
A cogeração a gás natural é um processo de alta eficiência para produção e economia de energia elétrica, por permitir o aproveitamento do poder calorífico do combustível não apenas na geração de energia elétrica, aproveitando a energia térmica residual  em aplicações que, tradicionamente, seriam movidas a energia elétrica. É especialmente indicada para empreendimentos que buscam competitividade operacional, autossuficiência energética, segurança, qualidade da energia elétrica recebida e sustentabilidade.
Usina_3Um sistema de cogeração funciona a partir de uma turbina ou motogerador a gás natural. O aproveitamento térmico proporcionado a partir dessa geração pode ser aplicado em outras utilidades para o mercado industrial ou para o comércio e serviços. Em geral, as aplicações mais comuns são geração de vapor, água quente e água gelada (ar condicionado).
Além das vantagens econômicas, a cogeração a gás natural aumenta a confiabilidade energética. O paralelismo da concessionária elétrica garante que um empreendimento sempre tenha energia — a rede elétrica se transforma em um backup, proporcionando a segurança na oferta de energia, independentemente de eventuais falhas do fornecimento de energia elétrica.
Para o País, sistemas de geração distribuída — como se denomina a geração elétrica realizada junto ou próxima dos consumidores, minimizando as perdas de energia do sistema de transmissão e distribuição — contribui para a diminuição da carga elétrica interligada, ajudando a postergar novos investimentos em geração e transmissão. O sistema tem ainda benefícios ambientais em relação ao uso de geradores movidos a diesel.

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