Indústria da construção espera ampliar atividade em 2019

Rafael Marko

Por Rafael Marko

Indústria da construção espera ampliar atividade em 2019

Se a reforma da Previdência ocorrer e outras medidas econômicas favoráveis ao ambiente de negócios forem tomadas, o barco da construção está no rumo certo e deverá chegar a bom porto. A avaliação foi feita pelo presidente do SindusCon-SP, Odair Senra, na reunião de Conjuntura da entidade, em 5 de fevereiro. “Vamos ter o que construir, será bom para nós”, comentou.

Coordenando o encontro, o vice-presidente de Economia, Eduardo Zaidan, afirmou que o desafio das construtoras na atual conjuntura, marcada por pressão no custo de determinados insumos, é trabalhar com produtividade. “Temos que ser mais produtivos e contratar gente mais qualificada”, afirmou.

Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção da FGV/Ibre, fez uma apresentação, projetando crescimento de 2% do PIB da construção em 2019 e uma elevação de 4,5% do emprego do setor. A economista mostrou a diminuição do ritmo de queda dos indicadores da construção em 2018, em relação aos anos anteriores. E comentou que legados positivos como inflação e juros baixos poderão contribuir para o crescimento da construção, se o pior legado – a situação fiscal – for equacionada.

Entretanto, Ana Maria demonstrou preocupação com a falta de transparência de alguns dados que poderiam dar mais segurança aos investidores. Citou a dificuldade de se obter informações sobre o andamento e as projeções oficiais para o Programa Minha Casa, Minha Vida. Mencionou que o Banco Central deixou de exibir os números da exigibilidade das aplicações dos bancos no financiamento imobiliário. E expressou apreensão com o decreto que limitou o alcance da Lei de Acesso à Informação do governo.

Bombeiros de Brumadinho

Na visão do economista da FGV Robson Barbosa, a grave situação fiscal exigirá do governo duas ações simultâneas: ajustar as contas públicas, colocando um fim a dramas como o dos bombeiros de Brumadinho que estão com os salários atrasados, e lançar um grande pacote de concessões e privatizações. “Isso será relevante para atrair investimentos estrangeiros, fundamentais para um crescimento sustentável da economia”, afirmou.

Comentando não haver espaço para subsidiar a habitação voltada à baixa renda, Gonçalves defendeu outras formas de mitigar o déficit habitacional, como o aluguel social, com a construção ou retrofit de empreendimentos financiados por fundos privados. “O acesso à moradia é mais importante para quem está no déficit, do que ser proprietário do imóvel”, observou.

Entretanto, para a atração desses investimentos será fundamental a construção de um arcabouço legal que dê certeza de retorno e segurança jurídica ao investidor estrangeiro, além de se manter uma estabilidade cambial, disse o economista.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

O que você precisa saber.
As últimas novidades sobre o mercado,
no seu e-mail todos os dias.

Pular para o conteúdo