CTQ discute impactos dos aumentos de preços de materiais de construção
Por Rafael Marko
Em pauta, as providências para se contrapor à nova escalada dos fornecedores
Os impactos dos aumentos de preços de materiais da construção sobre as construtoras foram debatidos na reunião do CTQ (Comitê de Tecnologia e Qualidade) do SindusCon-SP, conduzida por seu coordenador Rodrigo Von Uhlendorff, com a participação de Odair Senra, presidente da entidade, em 14 de abril.
Senra relatou as ações adotadas pelo SindusCon-SP para divulgar estes impactos por meio da imprensa. Informou que a questão foi abordada em uma das últimas edições do Entre Aspas, emissão de opinião do SindusCon-SP publicada às sextas-feiras em O Estado de S. Paulo.
O vice-presidente Renato Genioli chamou a atenção sobre as dificuldades das construtoras diante de aumentos de preços abusivos. O vice-presidente Francisco Antunes de Vasconcellos Neto destacou a necessidade de articulação das ações do SindusCon-SP sobre a questão com as das demais entidades afetadas do setor. Rodrigo Von destacou que as empresas têm buscado racionalizar custos e elevar a produtividade.
Emissões de carbono
Vasconcellos relatou as ações do Comasp (Comitê de Meio Ambiente) do SindusCon-SP. Anunciou que o Sidac (Sistema de Informação do Desempenho Ambiental da Construção, um sistema para cálculo da pegada ambiental de materiais do setor) fornecerá fatores de emissão de carbono ao CECarbon, a calculadora de consumo energético e emissões de carbono de edificações.
O vice-presidente disse que o SindusCon-SP firmou parceria com a Abrainc (Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias), para a emissão padronizada, pela CECarbon, de relatórios de emissão de carbono, e para a certificação desses relatórios. O banco de dados junto gerado pela calculadora e os relatórios permitirão ao SindusCon-SP discutir com o governo padrões específicos da indústria da construção para as emissões, completou.
De acordo com Vasconcellos, em paralelo a entidade segue acompanhando, no Procel Edifica da Eletrobras, as tratativas para a regulamentação da futura compulsoriedade de etiquetagem de eficiência energética das edificações, bem como a capacitação das empresas para tanto e como as pequenas e médias empresas poderão fazer a compensação das emissões. Até 2037, as edificações públicas novas deverão ter o nível A de etiquetagem, e as privadas, o nível C, começando pelos municípios com mais de 100 mil habitantes.
A entidade também tem dado contribuições sobre a medição e a redução das emissões das obras, ao Plano de Ação Climática do Estado de São Paulo, que exigirá a diminuição de 30% das emissões de carbono até 2030.
Vanessa Dias, assessora do Comasp (Comitê de Meio Ambiente) do SindusCon-SP, informou que foi estendida até 5 de maio a campanha Pintou, Sobrou, Levou, destinada ao descarte correto de tintas, embalagens e acessórios de pintura. Ela relatou a visita da presidente da Cetesb, Patrícia Iglecias, a um dos pontos de coleta, no Morumbi.
Elevadores e Sabesp
Rodrigo Von informou que foram enviadas, aos presidentes das empresas fabricantes de elevadores, as informações das construtoras sobre atrasos no fornecimento e na montagem desses equipamentos. Novas reuniões serão agendadas para fazer avançar a questão.
Daniela Ferrari, do Grupo de Trabalho sobre Concessionárias, solicitou que as empresas que tiverem problemas causados por atrasos por parte da Sabesp, relatem esses problemas à secretaria do CTQ. O grupo também decidiu adotar providências sobre atrasos diversos junto à presidência de Convias (Departamento do Controle e Cadastro de Infraestrutura Urbana) da Secretaria Municipal de Subprefeituras de São Paulo.
O coordenador do CTQ apresentou os próximos cursos da Universidade Corporativa SindusCon-SP. Marcia Haddad, que no CTQ representa a Abrainc, relatou as principais atividades desta entidade. Ela também informou sobre o andamento do estudo da FGV para a atualização da metodologia do INCC (Índice Nacional de Custo da Construção).
Normas Regulamentadoras
Haruo Ishikawa, vice-presidente de Relações Capital-Trabalho do SindusCon-SP, relatou as ações adotadas para divulgar as mudanças implementadas pelas novas Normas Regulamentadoras, especialmente a 18 (Saúde e Segurança na Indústria da Construção) e a 7 (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO). Destacou recente webinar realizado a respeito, com cerca de 500 acessos. Ele colocou o Seconci-SP (Serviço Social da Construção) à disposição para orientar as construtoras e esclarecer dúvidas.
O vice-presidente Moacir Benvenutti Neto apresentou a plataforma SindusCon-SP na Prática, de cursos práticos para estudantes de engenharia e arquitetura, sobre aplicação de materiais e montagens de sistemas construtivos. Ele solicitou que as empresas patrocinem cursos e cedam seus canteiros de obras para a produção de conteúdo. Daniela Ferrari relatou que as filmagens em canteiros são tranquilas.
Rosilene Carvalho, gerente do Jurídico do SindusCon-SP, apresentou o andamento das negociações com as entidades dos trabalhadores, visando a renovação das convenções coletivas de trabalho. Lilian Sarrouf, gestora do CB002 (Comitê Brasileiro da Construção Civil) da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), falou sobre o andamento da elaboração das normas relativas ao setor.