Crédito imobiliário da Poupança cresce 58% e atinge R$ 123,9 bilhões em 2020 

Rafael Marko

Por Rafael Marko

Crédito imobiliário da Poupança cresce 58% e atinge R$ 123,9 bilhões em 2020 

Apesar da pandemia e até em função dela a partir de junho, o financiamento à aquisição e produção de imóveis com recursos da Caderneta de Poupança totalizou R$ 123,97 bilhões em 2020, um acréscimo de 58% em relação aos R$ 78,7 bilhões concedidos em 2019. Já os financiamentos com recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) atingiram R$ 53 bilhões no ano passado, uma queda de 5% em relação aos R$ 55 bilhões do ano anterior.

Os dados foram divulgados pela Abecip (Associação Brasileira de Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança), em 27 de janeiro, com informações próprias, do Banco Central e da Caixa. Somados, os valores duas fontes de financiamento imobiliário totalizaram R$ 177 bilhões em 2020, um aumento de 32% na comparação com os R$ 134 bilhões concedidos em 2019.

O volume de financiamentos com recursos da Poupança em 2020 bateu o recorde histórico de R$ 112,9 bilhões que havia sido alcançado em 2014.

Em 2020, os recursos da Poupança financiaram a aquisição e a construção 426,8 mil unidades habitacionais, o quinto melhor resultado para um ano, segundo a Abecip. Na comparação com 2019, quando 298 mil unidades foram financiadas, a alta foi de 43,2%.

Também o total de créditos concedidos em dezembro de 2020, no montante de R$ 17,47 bilhões, foi o maior da série histórica iniciada em julho de 1994. Representou acréscimos de 26,2% em relação a novembro e de 101,6% na comparação com os R$ 8,7 bilhões concedidos no mesmo mês de 2019.

Usados prevalecem 

Para aquisição de imóveis, foram concedidos em 2020 financiamentos de R$ 93,9 bilhões com recursos da Poupança, um aumento de 60% em relação aos R$ 58,6 bilhões de 2019.

Do total do ano passado, R$ 66,5 bilhões destinaram-se a imóveis usados (+80% na comparação com os R$ 37 bilhões de 2019) e R$ 27,5 bilhões foram para imóveis novos (+27% em relação aos R$ 21,6 bilhões de 2019).

Em dezembro de 2020, o volume de financiamentos para aquisição chegou a R$ 11,6 bilhões, um acréscimo de 101% na comparação com os R$ 5,8 bilhões do mesmo mês de 2019.

Produção cresce 

Para a construção de imóveis, os créditos totalizaram R$ 30,1 bilhões em 2020, um aumento de 50% em relação aos R$ R$ 20,1 bilhões de 2019.

Em dezembro do ano passado, foram concedidos R$ 5,8 bilhões para a produção, um incremento de 104% na comparação com os R$ 2,9 bilhões do mesmo mês do ano anterior.

Expectativas 

Para este ano de 2021, a presidente da Abecip, Cristiane Portella, projetou que os volumes de crédito imobiliário com recursos da Poupança atinjam R$ 157 bilhões (+27%), aqueles do FGTS somem R$ R$ 56 bilhões (+7%), totalizando R$ 214 bilhões (+21%).

Essas estimativas se baseiam na expectativa de que os juros pouco se elevarão neste ano e na continuidade do aumento da demanda por imóveis, provocado pela pandemia. De acordo com Cristiane, houve mais investimentos em tornar o ambiente doméstico mais agradável.

“Se a taxa Selic permanecer em 2% ou 3,5%, que poderia ter um efeito na taxa de juros final dos financiamentos, isso não deve acontecer em 2021. Lembro que em 2017 trabalhávamos com juros no crédito imobiliário de 11% e hoje estamos abaixo de 7%”, afirmou.

Poupança 

Os recursos depositados na Poupança encerraram 2020 na faixa de R$ 801 bilhões, um aumento de 22% em relação aos R$ 658 bilhões depositados ao final de 2019. Este também foi um dos fatores para a expressiva elevação do crédito imobiliário.

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