Construcarta Nível de Atividades – Construção: promessa ameaçada?

Redação SindusCon-SP

Por Redação SindusCon-SP

Construcarta Nível de Atividades – Construção: promessa ameaçada?

Depois de terminar o ano de 2020 como protagonista na geração de empregos formais no país, o saldo líquido de contratação no setor manteve-se positivo em janeiro e fevereiro: foram 87,3 mil postos. A indústria foi a protagonista desses dois primeiros meses do ano, mas a construção respondeu por 13,2% do total de empregos adicionados do país no período, o que é muito superior à sua participação no PIB brasileiro (abaixo de 4%, de acordo com o resultado de 2020).

Nesse sentido, os dados parecem confirmar as expectativas positivas do final do ano passado para o setor. Ou seja, a atividade estaria reencontrando o caminho do crescimento. Mas há algo que não caminha bem. Os sinais estão vindo das empresas do setor por meio da Sondagem da FGV.

O Indicador de Confiança setorial (ICST) alcançou seu melhor resultado em outubro do ano passado, superando o nível pré-pandemia. A partir de então as expectativas passaram a piorar. Ainda assim, o cenário continuou evoluindo favoravelmente – em dezembro 21% das empresas consultadas indicaram aumento da atividade, contra 15% de queda (os demais apontaram estabilidade).

A diferença positiva sinalizava um crescimento, que não se sustentou nos meses seguintes. Na pesquisa de abril, apenas 11,7% das empresas disseram que houve crescimento de sua atividade, enquanto 24,5% indicaram queda. Essa inflexão afetou quase todos os segmentos – houve uma piora generalizada dos indicadores relativos à situação corrente dos negócios.

Ao longo desses últimos seis meses, houve também expressivo aumento das assinalações no item Custo da Matéria-Prima como fator de limitação à melhoria dos negócios – em abril 38,4% das empresas apontaram esse quesito entre as principais limitações, um recorde histórico da pesquisa iniciada em julho de 2010. Em abril, o INCC-M Materiais e Equipamentos registrou alta acumulada em 12 meses de 29,45%, a maior taxa para o período pós estabilização.

Vale notar que em abril, a demanda insuficiente e a Covid também tiveram aumentos expressivos na relação de fatores limitantes. Ou seja, as empresas vivem um momento difícil que acende um sinal de alerta, pois houve uma clara inflexão do ritmo de crescimento. Por fim, vale notar que a Sondagem de abril não captou o efeito do corte de recursos do Orçamento Geral da União para o Programa Casa Verde Amarela.

A íntegra da análise desenvolvida pelo FGV/Ibre para o SindusCon-Sp está disponível aqui.

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