Confiança do empresário da construção cai pelo terceiro mês consecutivo 

Rafael Marko

Por Rafael Marko

Confiança do empresário da construção cai pelo terceiro mês consecutivo 

O Índice de Confiança da Construção (ICST), medido pelo FGV/Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), caiu 3,2 pontos em março, para 88,8 pontos, menor nível desde agosto de 2020 (87,8 pontos). Em queda há três meses consecutivos, o índice medido em médias móveis trimestrais caiu 1,7 ponto. A elevação dos preços dos materiais de construção ganhou peso entre os fatores limitadores aos negócios.

Os dados foram apurados pela Sondagem Nacional da Construção da FGV, junto a 659 empresas, entre os dias 1 e 22 de março. A pontuação vai de 0 a 200, denotando otimismo a partir de 100.

De acordo com Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção do FGV/Ibre, pelo terceiro mês consecutivo houve piora na avaliação da situação atual dos negócios. “O resultado de março mostra uma piora disseminada entre os diversos segmentos. Dessa forma, no primeiro trimestre do ano, os empresários percebem uma situação mais desfavorável que a do último trimestre de 2020, indicando uma deterioração do processo de recuperação do setor”, avaliou.

Em março, a queda da confiança resultou da piora da percepção dos empresários na avaliação sobre o momento presente e da redução das expectativas em relação aos próximos meses.

O Índice de Situação Atual (ISA-CST) recuou 2,2 pontos, passando de 90 para 87,8 pontos. A queda do ISA-CST foi influenciada pela piora do indicador de situação atual dos negócios e de nível de carteira de contratos, que recuaram 0,8 e 3,7 pontos, para 90,7 e 85 pontos, respectivamente. Ambos retornaram ao menor nível desde setembro de 2020.

O Índice de Expectativas (IE-CST) caiu 4,1 pontos, para 90 pontos, a quinta queda consecutiva. A piora das expectativas foi influenciada pelo aumento do pessimismo em relação à tendência dos negócios: o indicador caiu 5,1 pontos para 87,9 pontos, menor nível desde junho de 2020 (83,5 pontos). Além dele, o indicador que mede a demanda prevista diminuiu 2,9 pontos, para 92,3 pontos.

Preços dos materiais 

Desde setembro de 2020, a elevação dos preços dos materiais começou a ganhar relevância como fator limitador à melhoria dos negócios, sendo mencionado em março por 27,1% das empresas do setor da construção. Dessa forma, passou a ser o segundo item mais assinalado entre os quesitos relacionados, atrás da demanda insuficiente, que recebeu 38,2% das assinalações.

Por sua vez, refletindo a piora na evolução da pandemia no país, dentro do quesito Outros houve expressivo aumento das assinalações que se referem às dificuldades enfrentadas pela pandemia do Covid-19. Dos que assinalaram Outros, 78,7% mencionaram a pandemia.

Utilização da capacidade 

O Nível de Utilização da Capacidade (Nuci) da Construção cedeu 1,5 ponto percentual (p.p.), para 71,8%. O resultado negativo deve-se à diminuição de 1,5 e 0,9 p.p. do Nuci de Mão de Obra e do Nuci de Máquinas e Equipamentos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

O que você precisa saber.
As últimas novidades sobre o mercado,
no seu e-mail todos os dias.

Pular para o conteúdo