Aumenta intenção de investimento na construção

Rafael Marko

Por Rafael Marko

Aumenta intenção de investimento na construção

O Índice de Confiança do Empresário da Construção (ICEI-Construção) registrou em janeiro o maior valor dos últimos 10 anos: subiu para 64,7 pontos, 0,9 ponto acima do registrado em dezembro do ano passado e 10,2 pontos acima da média histórica. O nível de confiança supera a linha divisória de 50 pontos desde outubro de 2018, indicando que o otimismo se consolidou no setor.

Este foi um dos resultados da pesquisa mensal da CNI (Confederação Nacional da Indústria), junto a 493 empresas, sendo 177 pequeno porte, 206 médio porte e 110 de grande porte.

Entre os componentes do ICEI-Construção, o Índice de Condições Atuais foi o responsável pelo aumento este mês: chegou a 57,3 pontos, com acréscimo de 1,7 ponto na comparação mensal.

O Índice de Expectativa, outro indicador que compõe o ICEI-Construção, chegou a 67,3 pontos, um aumento de 0,5 ponto em relação a dezembro.

Como consequência deste cenário, o índice de intenção de investimento (compras de máquinas e equipamentos, pesquisa e desenvolvimento, inovação de produto ou processo) aumenta desde outubro do ano passado, alcançando, em janeiro, 44,4 pontos – aumento de 2,2 pontos em relação a dezembro.

Na comparação anual, o acréscimo é de 6,4 pontos. O índice de intenção de investimento está 10,3 pontos acima de sua média histórica.

Atividade e emprego

Os índices de nível de atividade e de número de empregados em relação ao mês anterior recuaram em dezembro. No entanto, ainda permanecem em patamar superior na comparação anual.

O indicador de atividade registrou 45,8 pontos, queda de 3,2 pontos em relação a novembro. O índice de número de empregados recuou 2,3 pontos, atingindo 45,1 pontos.

Apesar da queda mais expressiva, a atividade e o emprego permanecem em níveis mais elevados, superando em 1,4 e 2,3 pontos, respectivamente, os valores registrados em dezembro de 2018.

Ao comparar os resultados de dezembro do ano passado com dezembro de anos anteriores, observa-se que os resultados de dezembro 2019 são os melhores desde 2013 para o índice de emprego e desde 2012 para o de atividade. E, mesmo com o fator sazonal, ambos se encontram acima de suas respectivas médias históricas.

A Utilização da Capacidade Operacional (UCO) registrou 59% em dezembro, queda de 3 pontos percentuais (p.p.) em relação a novembro. Apesar da piora, o indicador está 2 p.p. acima do observado em dezembro de 2018.

Principais problemas

Os empresários relataram melhorias em relação às condições financeiras das empresas. Mesmo assim, os índices ainda indicam insatisfação, por se situarem abaixo da linha de 50 pontos. Porém, alcançaram o maior valor desde o fim de 2014.

Entre os principais problemas relatados pelos empresários do setor, os que foram apontados com mais frequência no quarto trimestre de 2019 foram, nesta ordem: elevada carga tributária (42,7% de assinalações), burocracia excessiva (28,7%), demanda interna insuficiente (27,6%), falta de capital de giro (21,9%) e taxa de juros elevadas (21,9%).

A demanda interna insuficiente foi o problema que mais apresentou recuo nas assinalações: o percentual caiu 7,9 p.p., fazendo o item passar da segunda para a terceira posição no quarto trimestre de 2019.

Em segundo lugar está a falta de capital de giro, com queda de 5,4 p.p., e em terceiro aparece inadimplência dos clientes, que passou de 22,1% para 18,5% no quarto trimestre de 2019.

Entre os problemas que registraram os maiores aumentos na frequência de assinalações na comparação trimestral, estão: condições climáticas (com aumento de 3,8 p.p.) e falta ou alto custo de trabalhador qualificado (com acréscimo de 2,1 p.p.).

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