Volume de crédito imobiliário cai em janeiro para R$ 11,9 bilhões
Número de unidades financiadas também declinou, segundo a Abecip
Os financiamentos imobiliários com recursos das cadernetas do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) somaram R$ 11,9 bilhões em janeiro de 2023, representando queda de 15,2% em relação a dezembro de 2022.
Os dados são da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança). Na comparação com o primeiro mês do ano passado, o resultado de janeiro mostrou recuo de 18,4%, e constituiu o terceiro maior volume para um mês de janeiro na série histórica.
Nos 12 meses encerrados em janeiro, o volume financiado totalizou R$ 176,5 bilhões, uma redução de 15% em relação ao mesmo período precedente.
Unidades financiadas
Em janeiro, nas modalidades de aquisição e construção, foram financiados 41,3 mil imóveis, uma queda de 16,3% na comparação com dezembro. Aquele foi o quarto maior número de imóveis financiados em um mês de janeiro, na série histórica
Em relação a janeiro de 2021, o número representou um declínio de 31,6%. Nos 12 meses até janeiro, foram financiados 694,1 mil imóveis, 20,4% a menos que no período imediatamente anterior.
Saques na Poupança
Em janeiro, as Cadernetas de Poupança sofreram saques líquidos de R$ 27,22 bilhões, refletindo a sazonalidade do período. Nos últimos 29 anos, em 22 deles a captação foi negativa nos meses de janeiro, e em apenas sete anos, houve captação líquida positiva.
Na análise da Abecip, em janeiro muitos poupadores costumam sacar recursos para gastos com matrícula escolar dos filhos e recolhimento de IPTU e IPVA.
De acordo com a entidade, também podem ter contribuído, para os saques, a inflação, que se vem mostrando resistente e, com isso, reduz o poder de compra da população e a capacidade de poupança de parte das famílias; e a retirada de recursos para aplicações atreladas ao CDI, em virtude do elevado patamar da Selic.
A forte saída de recursos levou o saldo da poupança para o patamar de R$ 742,3 bilhões em janeiro, queda de 2,8% em relação ao final de 2022. Comparativamente a janeiro do ano passado, observou-se redução de 4,7%. A prevalência de captação líquida negativa nos últimos 2 anos levou o saldo da poupança de janeiro de 2023 ao patamar próximo ao de julho de 2020.
