Um grande empregador em stand-by
A construção aguarda queda dos juros e ajustes no Minha Casa
A indústria da construção é um dos maiores empregadores do país, com 2,48 milhões de trabalhadores com carteira assinada. Entretanto, o setor está reduzindo sua atividade, acompanhando desaceleração da economia e a permanência dos juros altos.
Em consequência, a construção está desacelerando o ritmo de novas contratações de mão de obra.
Realizada no final de março, a Sondagem da Construção do FGV/Ibre indicava que os empresários do setor mantinham um moderado pessimismo. Esperavam uma diminuição dos negócios para os próximos meses. Mais empresas informaram dificuldades em acesso ao crédito, embora ainda em número reduzido.
Neste cenário, chega o arcabouço fiscal que, se aprovado, poderá abrir o caminho para a redução dos juros e a retomada dos investimentos. Juros dos financiamentos imobiliários também voltariam a cair, facilitando o acesso à casa própria por parte das famílias de renda média.
Entretanto, há necessidade de mais detalhes sobre as medidas propostas para elevar a arrecadação. Estas medidas ainda deverão passar pelo Congresso. Assim, tudo indica que o caminho para a redução dos juros ainda será longo.
Na área da habitação popular, o governo tem avançado na preparação das diretrizes do reinstituído Programa Minha Casa, Minha Vida. A indústria da construção aguarda essas diretrizes, para conceber e lançar novos projetos de empreendimentos, especialmente os destinados ao atendimento habitacional às famílias de baixa renda.
Mas os ajustes necessários a viabilizar esses atendimentos dependem da aprovação do Conselho Curador do FGTS. As construtoras aguardam a nomeação dos novos representantes do governo neste Conselho, para que ele possa se reunir e deliberar a respeito.
Desta forma, a construção, um dos maiores empregadores do país, permanece em stand-by.
