Preços dos imóveis residenciais aumentaram 15,06% em 2022, diz a Abecip 

Rafael Marko

Por Rafael Marko

Preços dos imóveis residenciais aumentaram 15,06% em 2022, diz a Abecip 

Em São Paulo, aumentos foram de 0,89% em dezembro e de 14,85% no ano 

Os preços dos imóveis residenciais novos pesquisados em dez capitais se elevaram 1,05% em dezembro, desacelerando em relação ao aumento de 1,46% registrado em novembro. 

Com isso, a variação acumulada nos 12 meses de 2022 chegou a 15,06%, também uma desaceleração em relação ao acumulado de 12 meses até novembro, de 15,28%. 

Os dados são do Índice Geral de Preços do Mercado Imobiliário (IGMI-R), pesquisado pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). 

Na cidade de São Paulo, o aumento dos preços foi de 0,89% em dezembro, desacelerando ante os 1,27% de novembro. Acumulou 14,85% nos 12 meses de 2022, menos que os 15,48% relativos aos 12 meses até novembro. 

A Abecip destaca que, apesar da desaceleração do resultado em termos nominais no acumulado em 12 meses entre novembro e dezembro de 2022, a variação dos preços dos imóveis residenciais em termos reais em 2022 foi significativa, considerando como base de comparação a evolução do Índice de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA) no ano (5,79%). 

Este foi o terceiro ano consecutivo em que a variação anual do IGMI-R superou a do IPCA desde o início de sua série histórica em 2014 para a média nacional, e o primeiro ano em que todas as dez capitais tiveram variações superiores ao IPCA. 

Todas as dez capitais analisadas pelo índice tiveram variações percentuais acumuladas acima de dois dígitos em 2022, aproximando seus resultados da média nacional. 

Além de São Paulo, registraram aumentos em dezembro: Belo Horizonte (1,54%), Goiânia (1,53%), Brasília (1,49%), Fortaleza (1,31%), Rio de Janeiro (1,13%), Porto Alegre (0,97%), Curitiba (0,81%), Recife (0,55%) e Salvador (0,32%). 

No acumulado de 2022, além de São Paulo registraram aumentos: Brasília (16,77%), Salvador (16,62%), Curitiba (16,31%), Goiânia (15,99%), Rio de Janeiro (13,34%), Fortaleza (12,91%), Belo Horizonte (12,58%), Porto Alegre (12,36%) e Recife (10,27%). 

Análise 

Na visão da Abecip, o desempenho dos preços dos imóveis residenciais em 2022 refletiu o aquecimento do mercado, que registrou ao longo do ano aumentos nos números de novos lançamentos e financiamentos nas principais capitais do país. As melhoras nas condições do mercado de trabalho, tanto em termos de emprego quanto de renda, colaboraram para esse aquecimento, ao mesmo tempo em que os aumentos das taxas básicas de juros ao longo do ano não foram acompanhados na mesma intensidade pelas taxas para financiamentos imobiliários. 

Segundo a entidade, alguns indicadores do nível de atividade na economia brasileira apontam para uma desaceleração no final de 2022, o que se refletiu na percepão dos empresários da construção civil, captada pela Sondagem da Construção do Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas). Em dezembro de 2022, tanto a percepção da Evolução Recente da Atividade quanto a da Tendência de Negócios para os próximos seis meses apresentaram reduções. 

De acordo com a Abecip, esses sentimentos incorporam uma incerteza geral em relação ao desempenho da economia, no contexto de como a nova administração federal irá lidar com os desafios relacionados ao equacionamento do desequilíbrio fiscal gerado desde a pandemia, e seus efeitos sobre a política monetária. Uma perspectiva mais clara acerca do desempenho do mercado imobiliário residencial em 2023 será possível à medida em que essas questões forem sendo definidas ao longo dos próximos meses, conclui a entidade.

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