Mulheres conquistam mais espaços na construção civil

Rafael Marko

Por Rafael Marko

Mulheres conquistam mais espaços na construção civil

Seconci-SP reforça necessidade de imposição de limites a preconceitos

“Cada vez mais mulheres se destacam e conquistam espaços na construção civil. Há muitos esforços e ações para promover a igualdade de gênero e combater o machismo nesse setor. Muitas empresas têm implementado políticas e programas para promover a diversidade e a inclusão”.

As afirmações são de Flávia Lopes Augusto Sampaio, supervisora do Serviço Social do Seconci-SP (Serviço Social da Construção), no artigo “A Mulher na Construção Civil”, redigido por ocasião deste Dia Internacional da Mulher (8 de março).

Segundo a assistente social, “como em muitos ambientes de trabalho, em alguns canteiros de obras ainda há assédio moral e um ambiente machista. Uma técnica de segurança que conversou conosco relatou que às vezes as mulheres precisam ser mais incisivas e impor limites, para evitar algumas situações”.

“A conquista de novos campos de trabalho e a efetivação do gênero em diversas áreas é de suma relevância para a evolução da mulher em sociedade. Isso contribui com a independência financeira, a sua subsistência, quebras de tabus e ciclos de violências a que muitas mulheres ainda são submetidas. A inserção da mulher na construção civil é mais um instrumento para a igualdade de gênero”, destaca Flávia.

Leia o artigo

A Mulher na Construção Civil

Flávia Lopes Augusto Sampaio

Supervisora do Serviço Social do Seconci-SP

Muitas mulheres trabalham na construção civil. Esse setor tem sido cada vez mais aberto à presença feminina, e muitas mulheres têm se destacado em diversas áreas dentro da construção.

A cada dia estamos ganhando mais espaço neste setor, majoritariamente integrado por homens. Dados da Rais (Relação Anual de Informações Sociais), registraram, em 2010, 7,8% de trabalhadoras formais na construção, enquanto o último levantamento, de 2021, já contemplava 10,85% de profissionais femininas. Isso representa que passamos de 207 mil mulheres (em um total de 2,6 milhões de funcionários) para 251 mil (de um total de 2,3 milhões), em funções como engenheiras, arquitetas, pintoras, pedreiras, eletricistas e outras especialistas na área.

Como em muitos ambientes de trabalho, em alguns canteiros de obras ainda há um ambiente machista. Entretanto, há muitos esforços e ações para promover a igualdade de gênero e combater o machismo nesse setor. Muitas empresas têm implementado políticas e programas para promover a diversidade e a inclusão, e há cada vez mais mulheres se destacando e conquistando espaços na construção civil.

Além do machismo, o assédio moral também pode ocorrer em alguns ambientes de trabalho na construção civil, assim como em outros setores. 

O que observamos através de informações colhidas por trabalhadoras em canteiros de obras, que o machismo e o assédio não são exclusivos da construção civil. Uma técnica de segurança que conversou conosco relatou que às vezes as mulheres precisam ser mais incisivas e impor limites, para evitar algumas situações, embora reforça que isso ocorra na maioria das vezes por colegas de trabalho mais jovens ou por superiores, desmitificando que isso ocorra apenas em determinados grupos da sociedade.

Atualmente existe muito impulso, capacitação para incentivar as mulheres nesse campo. Há uma percepção de que as mulheres nas obras se destacaram por serem mais detalhistas, caprichosas, tendo um melhor acabamento nas finalizações.

Além do incentivo das empresas, as trabalhadoras da construção civil relatam que também possuem incentivos das famílias, que os companheiros e esposos apoiam a inserção nesse mercado de trabalho e que não existe uma maior rejeição por trabalharem na construção civil.

A conquista de novos campos de trabalho e a efetivação do gênero em diversas áreas é de suma relevância para a evolução da mulher em sociedade. Isso contribui com a independência financeira, a sua subsistência, quebras de tabus e ciclos de violências a que muitas mulheres ainda são submetidas.

A inserção da mulher na Construção Civil é mais um instrumento para a Igualdade de Gênero.

E independente da sua área de atuação, é importante que todos os trabalhadores estejam cientes dos seus direitos e saibam como agir, caso enfrentem situações de assédio moral. As empresas também têm a responsabilidade de criar um ambiente de trabalho seguro e respeitoso para todos os seus colaboradores.

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