Mais recursos para o crédito imobiliário
Agora só falta o Banco Central liberar 5% do compulsório
As concessões de crédito imobiliário para produção e aquisição de unidades habitacionais vêm declinando. No acumulado de 12 meses até fevereiro, o volume de recursos financiado caiu 14,2% e o número de unidades financiadas registrou queda de 29,4%, na comparação com o mesmo período imediatamente anterior, segundo a Abecip.
A dificuldade de acesso ao crédito foi apontada como um dos principais entraves aos negócios pelos empresários da construção, principalmente do segmento de Edificações Residenciais, segundo a Sondagem feita junto ao setor pelo FGV Ibre naquele mês.
Daí ser muito bem-vinda a decisão do governo de autorizar a estatal Emgea (Empresa Gestora de Ativos) a comprar parte das carteiras de recebíveis de crédito imobiliário da Caixa Econômica Federal e dos bancos. Com esses novos recursos, as instituições financeiras poderão oferecer mais crédito imobiliário.
O governo também decidiu autorizar a Emgea a securitizar as carteiras de crédito imobiliário dos bancos, tornando sua comercialização mais atrativa no mercado secundário. Tudo isso deverá impulsionar o mercado do setor, no momento em que escasseiam os recursos originários da Poupança para o financiamento habitacional.
Agora só falta o Banco Central se sensibilizar para a proposta que lhe foi apresentada pela indústria imobiliária no ano passado e que hoje conta com o apoio explícito da Caixa e do Ministério da Fazenda. Trata-se de liberar 5% do volume da Poupança que as instituições financeiras devem depositar compulsoriamente naquele banco.
Estima-se que essa liberação injete cerca de R$ 37 bilhões no mercado imobiliário. É dinheiro que irá diretamente para a produção habitacional e a geração de emprego formal, sem efeito inflacionário, com benefícios inequívocos para o desenvolvimento nacional.
