Maioria de construtoras e incorporadoras não operam no Minha Casa

Rafael Marko

Por Rafael Marko

Maioria de construtoras e incorporadoras não operam no Minha Casa

Sondagem do FGV/Ibre mostra que a participação no PAC é ainda menor

A Sondagem da Construção realizada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre), em janeiro, mostrou que 40% das construtoras que atuam no segmento residencial e 37% das incorporadoras indicaram que operam com o programa Minha Casa, Minha Vida. Nos dois grupos, 6% das empresas ainda não trabalham, mas pretendem operar. Isso significa que 55% das construtoras da área residencial e 58% das incorporadoras não operam e dizem não pretender operar com o programa, seja por não estarem voltadas para o mercado de baixa renda ou por dificuldades diversas.

Esta é uma das constatações do artigo “MCMV e PAC: a percepção das empresas”,  publicado no Blog do Ibre e assinado por Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção no FGV/Ibre; Iuri Viana, coordenador da Sondagem da Construção e da Sondagem de Serviços da FGV; e pela economista Hanna Carolina Silva.

Segundo os autores, o resultado deste item da Sondagem “surpreende, sugerindo que, nessa nova edição [do MCMV], a atuação do programa deverá estar concentrada em um menor número de empresas. De todo modo, a decisão de operar ou não ainda pode ser revista ao longo do tempo, o que será acompanhado nas próximas sondagens.”

Entre as dificuldades para operar no Minha Casa elencadas pelas construtoras de Edificações Residenciais, destacam-se “Burocracia”, com 31,6% das múltiplas assinalações, “Escassez/custo de terrenos” (26,4%), “Custo dos materiais” (25%) e “Custo da mão de obra” (21,2%).

Para as incorporadoras, as principais dificuldades assinaladas foram “Custo da mão de obra” (29,1%), “Burocracia” (17,7%) e “Escassez/custo do terreno” (16,8%). Das respondentes, 32,8% assinalaram “Sem dificuldades”.

Baixa participação no PAC

Segundo a Sondagem, um percentual mais reduzido de empresas apontou que pretende operar com o PAC: 29,6% das empresas de Obras Viárias e 28,3% das empresas de Obras de Artes. “Vale destacar que um percentual relevante de 25,9% e 10,3%, respectivamente, ainda não decidiu.”

Indagadas sobre os motivos de não participarem, empresas de Obras Viárias fizeram referência às incertezas em relação ao pagamento das obras (21% das assinalações) e as empresas de Obras de Artes apontaram principalmente a modalidade de licitação (30%).

Quase dois terços dessas empresas assinalaram outros motivos para não participarem do setor público, principalmente por não trabalharem com o setor público.

O que você precisa saber.
As últimas novidades sobre o mercado,
no seu e-mail todos os dias.

Pular para o conteúdo