Indústria imobiliária enfrenta dificuldades para empreender
Por Redação SindusCon-SP
Apesar de alguns indicadores mostrarem bons resultados no primeiro semestre, as construtoras e incorporadoras têm enfrentado obstáculos preocupantes e crescentes para viabilizar vendas e lançamentos de empreendimentos imobiliários.
Construtoras e incorporadoras não estão otimistas em relação à situação atual. O maior problema enfrentado tem sido o aumento dos preços dos materiais de construção. A variação acumulada em 12 meses desses insumos alcançou o recorde de 34,52%. As principais altas ocorreram nos vergalhões (78,65%), nos tubos e conexões de ferro e aço (93,94%) e nos tubos de PVC (65,01%), segundo o INCC da FGV.
No Estado de São Paulo, os preços médios dos materiais de construção aumentaram 37,31% nos últimos 12 meses, segundo o CUB (Custo Unitário Básico) apurado pelo SindusCon-SP.
Em função desses aumentos, os preços dos imóveis residenciais novos em dez capitais do país subiram 9,31% em 12 meses. Mas a percepção atual é que ficou mais reduzido o espaço para investidores e famílias que almejam concretizar o sonho da casa própria absorverem novos aumentos de preços.
De uma parte, a renda das famílias foi atingida pela elevação persistente da inflação. De outro, o aumento dos custos dos materiais de construção faz investidores potenciais hesitarem, pela dificuldade de antever os reajustes a serem efetuados na fase de construção dos empreendimentos, após a aquisição do imóvel na planta.
Este cenário inclui o preço dos terrenos, que não param de subir, o que também acaba dificultando a viabilização dos projetos de novos lançamentos imobiliários por parte das construtoras e incorporadoras.
Há ainda dificuldades específicas, como as limitações impostas a determinados desenvolvimentos imobiliários pelo Plano Diretor Estratégico da cidade de São Paulo e que precisam ser corrigidos.
Isto para não falar da construção de habitação econômica, já gravemente abalada pela falta de correção das faixas de preços e das curvas de juros do programa Casa Verde e Amarela. Aguardam-se medidas urgentes do Ministério do Desenvolvimento Regional para reativar este segmento.
Mais: as notícias que chegam em relação ao andamento da reforma tributária indicam uma prejudicial majoração da carga tributária para a indústria imobiliária, seja com as mudanças no Imposto de Renda, seja com a criação da Contribuição sobre Bens e Serviços.
A indústria da construção como um todo é vital para o desenvolvimento do país. Abriu 322.697 novos empregos no acumulado de 12 meses até junho (+15,15%), segundo dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia.
Para seguir cumprindo seu papel e seguir gerando emprego, a indústria imobiliária necessita de segurança e previsibilidade em seus custos. Os entes federados precisam se sensibilizar para não criar mais obstáculos ao desenvolvimento deste relevante setor da economia nacional.