Indústria de materiais estima queda de 1% no faturamento em 2023

Rafael Marko

Por Rafael Marko

Indústria de materiais estima queda de 1% no faturamento em 2023

 Este foi um dos temas do encontro do Movimento Entidades do Mesmo Lado 

A previsão atualizada de desempenho do faturamento das empresas associadas à Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção) para 2023 caiu de +2% para -1, em comparação com 2022. No acumulado dos primeiro sete meses do ano, a queda é de 3,8%. 

Os dados foram anunciados por Rodrigo Navarro, CEO da Abramat, em 29 de junho, no segundo encontro deste ano do Movimento Entidades do Mesmo Lado, que objetiva melhorar o ambiente de negócios e a produtividade, e conta com a participação do SindusCon-SP e do Seconci-SP (Serviço Social da Construção), entre outras entidades. 

Navarro informou que mais de 83% das associadas à Abramat apontam para um julho melhor do que junho, em termos de vendas. A capacidade instalada permanece em 70% e a previsão de investimentos nos próximos 12 meses caiu para 63% das associadas, principalmente em modernização de equipamentos. Disse que o programa Construa Brasil prosseguirá, tendo a industrialização da construção como um de seus focos de atuação. E que a entidade atuará, entre outras frentes, pelo estímulo aos materiais certificados e o impulso à reforma tributária. 

Lançamentos imobiliários 

Luiz França, presidente da Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) e coordenador do movimento, afirmou esperar um aumento dos lançamentos de empreendimentos para a baixa renda, em virtude das últimas medidas do Conselho Gestor do FGTS. Ele destacou que o substitutivo preliminar da reforma tributária atendeu ao setor imobiliário, ao contemplar um regime específico para as operações sobre bens imóveis. 

Renato Lomonaco, diretor de Assuntos Econômicos da Abrainc, mostrou os números do setor no primeiro trimestre e afirmou esperar que o PIB da construção se eleve em 0,8% em 2023. Destacou que a construção civil está gerando cerca de 15% dos novos empregos no país. Mostrou que a queda do INCC junto com o aumento de renda das famílias proporciona um prognóstico favorável para o setor, especialmente para o segmento de baixa renda. Previu que o financiamento imobiliário neste ano fique entre R$ 150 bilhões e R$ 160 bilhões, contra cerca de R$ 180 bilhões em 2022. 

Pesquisa da entidade junto aos seus associados mostrou que a demanda e as vendas de imóveis estão melhorando no segmento de baixa renda. Dos respondentes, 90% pretendem lançar nos próximos 12 meses, e 80%, investir em novos terrenos. Lomonaco informou sobre a atualização da metodologia de cálculo do INCC que a FGV está realizando, refletindo melhor os custos da construção. 

Financiamento 

Antonia Lenhar, superintendente de Negócios do Setor Privado da Desenvolve SP, relatou que uma das principais missões desta agência estadual de fomento é o financiamento de inovações, inclusive repassando as linhas da Finep para qualquer tipo de inovação em equipamentos e software das micro, pequenas e médias empresas. Também repassa outras linhas de crédito para inovação e capital de giro, como as do BNDES, a juros entre TR+4,23% a TR+7% por ano, até 96 meses, com carência entre de até 24 meses, ou de Selic +0,04% ao ano e até 35 meses de carência. Para sustentabilidade, o financiamento é de 0,33% ao mês + Selic, até 120 meses, incluindo carência de até 36 meses. 

Simone Moutinho, CEO do Infiniti Bank, mostrou as possibilidades de atendimento digital às operações financeiras das empresas da cadeia produtiva da construção e da incorporação, incluindo o pagamento de prêmios aos colaboradores dos clientes, com economia de encargos trabalhistas. 

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