Financiamentos imobiliários caem 4,7% no primeiro trimestre
Por Rafael Marko
Queda em março foi de 19,7% comparado ao mesmo mês de 2021, segundo a Abecip
Os financiamentos imobiliários com recursos das Cadernetas de Poupança totalizaram R$ 14,8 bilhões em março. O montante foi 25,3% superior ao registrado em fevereiro, mas 19,7% menor na comparação com março do ano passado.
Os dados são do levantamento mensal da Abecip (Associação Brasileira de Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança).
No primeiro trimestre do ano, o montante financiado somou R$ 41,21 bilhões, representando uma queda de 4,7% em relação ao mesmo período do ano passado.
No período de 12 meses encerrado em março, o valor financiado foi de R$ 203,40 bilhões, alta de 38,4% em relação aos 12 meses anteriores.
Unidades financiadas
Em março, foram financiados, nas modalidades de aquisição e construção, 63,6 mil imóveis, 22,5% a mais do que em fevereiro. Este foi o segundo maior número de imóveis financiados em um mês de março. Entretanto, comparado a março de 2021, registrou-se queda de 23%.
Nos três primeiros meses de 2022, foram financiados 176,05 mil imóveis com recursos da poupança, resultado 6,6% inferior ao observado em igual período de 2021.
Nos 12 meses encerrados em março de 2022, foram financiados 853,94 mil imóveis, uma elevação de 59,3% comparativamente aos 12 meses anteriores.
Saques da poupança
As Cadernetas de Poupança registraram captação líquida negativa de R$ 12,6 bilhões em março. O resultado reflete a sazonalidade do período, que indica prevalência de desempenho negativo em 61% dos meses de março dos últimos 28 anos.
De acordo com a Abecip, causou surpresa a magnitude do resultado, o pior para um mês de março na série histórica. A situação macroeconômica e seus efeitos sobre a população, em especial sobre os poupadores em caderneta, permitem explicar esse comportamento. O desemprego, embora em queda, ainda se encontra em patamar elevado. Esse fator, combinado com inflação acima do projetado pelo Banco Central e por juros também expressivos, reduz a capacidade da população de constituir ou mesmo de preservar suas reservas de recursos, segundo a entidade.
Como o crédito de rendimento não foi suficiente para compensar a saída de recursos, o saldo das cadernetas caiu para R$ 771,6 bilhões, ficando 0,9% inferior em relação ao mesmo mês do ano passado.