FGV: revisão do INCC comprova custos mais elevados das construtoras

Rafael Marko

Por Rafael Marko

FGV: revisão do INCC comprova custos mais elevados das construtoras

ICC de São Paulo seguirá tendo o maior peso relativo na composição do índice

Os resultados experimentais da revisão da estrutura e da ponderação estatística do INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) comprovaram que os custos das construtoras têm variado acima do detectado por aquele indicador.

Esta foi uma das informações transmitidas pelo economista André Braz, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre), em live realizada para associadas do SindusCon-SP em 22 de março, sobre estas mudanças que estarão refletidas no cálculo do INCC a partir de julho. O evento foi conduzido pelo vice-presidente de Economia do sindicato, Eduardo Zaidan, com a participação do presidente Yorki Estefan e da coordenadora de Projetos da Construção do FGV/Ibre, Ana Maria Castelo.

Braz mostrou que o indicador de custos da construção de São Paulo deverá continuar tendo o maior peso relativo na composição do INCC, seguido dos custos captados em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro. Já os custos de Brasília tiveram a maior queda em sua participação no INCC, nos resultados experimentais dos estudos do FGV/Ibre.

O economista também esclareceu que, a partir de julho, o índice passará a ser calculado com base nessa nova estrutura e ponderação estatística desdobrada nos padrões construtivos econômico, médio e alto. Continuará sendo apurado normalmente a cada mês, e não haverá um “INCC velho” e um “INCC novo”.

Mão de obra

Os resultados experimentais da nova metodologia revelam com mais clareza os custos com a mão de obra própria e com aquela embutida na prestação dos serviços. Mostram que o peso de materiais e serviços na composição do índice aumentou e o da mão de obra diminuiu. E não tomam como indicador único dos custos com a mão de obra os reajustes de dissídios ou de acordos coletivos de trabalho, mas também a variação nas empresas subcontratadas, que pode oscilar para cima ou para baixo.

Braz relatou que os estudos para a revisão contemplaram uma série de etapas: a coleta de informações junto às construtoras, selecionando-se as despesas de obras com maior relevância e os componentes integrantes de cada despesa, com a correspondente separação da mão de obra, seguindo-se a pesquisa de preços.

Ana Castelo explicou que a ponderação dos padrões construtivos teve como base a pesquisa imobiliária realizada pela Abrainc/Brain, levando em consideração a participação de cada padrão no VGV (Valor Geral de Vendas). Assim, os pesos dos custos nos resultados experimentais da revisão do INCC ficaram em 33% nos padrões dos imóveis econômicos, 40,7% nos médios e 26,3% nos altos.

Mais subitens

Em relação à estrutura atual, haverá aumento do número de subitens, de 52 para 79, e de itens, de 11 para 20.

Haverá redução do número de subgrupos, de 10 para 9, com a saída do subgrupo “Serviços Pessoais”, com seus respectivos subitens: “Refeição Pronta no Local de Trabalho” e “Vale Transporte”.

O número de grupos ficará estável. Em junho, o FGV/Ibre divulgará mais detalhes sobre a estrutura do INCC e seus componentes.

Para ver recente comunicado do FGV/Ibre sobre a revisão do INCC, clique aqui.

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