FGV: pessimismo moderado prevalece entre as construtoras

Rafael Marko

Por Rafael Marko

FGV: pessimismo moderado prevalece entre as construtoras

Houve melhora entre as empresas de infraestrutura e piora entre as de edificações

As empresas de obras de infraestrutura estão mais otimistas, ao mesmo tempo em que as de edificações estão mais pessimistas em relação à situação atual dos negócios. Com isso, o Índice de Confiança da Construção (ICST) ficou relativamente estável em novembro, ao variar -0,1 ponto, para 96,2 pontos. Na média móvel trimestral, o índice variou 0,1 ponto.

Os dados são da Sondagem da Construção do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), com base em informações de 597 empresas, coletadas entre 1º e 23 de novembro. A pontuação vai de 0 a 200, denotando confiança ou otimismo a partir de 100.

De acordo com Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção do FGV Ibre, em novembro o indicador de confiança permaneceu em um patamar de pessimismo moderado. “No entanto, a relativa estabilidade do mês resultou de movimentos distintos intersetorialmente. Na infraestrutura, a melhora em relação ao momento corrente alavancou a confiança das empresas. Vale destacar o segmento de obras viárias, que chega ao final do ano confirmando o aquecimento da atividade. Por outro lado, entre as empresas do segmento de Edificações, a confiança piorou pelo terceiro mês consecutivo”, afirma.

Segundo a economista, desde janeiro, as expectativas das empresas de Edificações ficaram menos pessimistas com o lançamento do novo programa Minha Casa, Minha Vida, mas o ambiente de negócios não evoluiu como esperado. “A demanda insuficiente voltou a crescer entre os fatores que representam limitação aos negócios, revelando um descompasso entre as expectativas e o momento atual”, observou Ana Castelo.

Situação atual e expectativas

Neste mês, a estabilidade do Índice de Confiança da Construção foi influenciada tanto pelas avaliações sobre o momento quanto pelas expectativas em relação aos próximos meses. O Índice de Situação Atual (ISA-CST) permaneceu em 94,6 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE-CST) passou para 98,1 pontos, ao variar -0,1 ponto.

Os dois indicadores que compõem o ISA-CST seguiram em direções opostas, porém, na mesma magnitude: o indicador de situação atual dos negócios cedeu 0,5 ponto, para 93,3 pontos; e o indicador de volume de carteira de contratos subiu 0,5 ponto, para 95,9 pontos.

As empresas de infraestrutura agora estão moderadamente otimistas em relação à situação atual dos negócios, com índice de 110,4 em novembro. Já o indicador das empresas de edificações ficou em 90,4 pontos.

“As empresas de edificações passam por um momento de transição, com a desaceleração do ciclo de negócios que prevaleceu até meados do ano passado. Há boas expectativas em relação ao mercado de habitação social, mas que ainda não se refletem na demanda atual, gerando uma percepção mais pessimista dos negócios,” avaliou Ana Castelo.

Também os componentes do Índice de Expectativas variaram em sentidos contrários: o indicador de demanda prevista nos próximos três meses subiu 1,2 ponto, para 100 pontos. E o indicador de tendência dos negócios nos próximos seis meses caiu 1,5 ponto, para 96,1 pontos.

Utilização da capacidade

O Nível de Utilização da Capacidade (Nuci) da Construção cedeu 0,3 ponto percentual (p.p.), para 79,0%.

O Nuci de Mão de Obra também recuou 0,5 p.p., para 80,1%, enquanto o Nuci de Máquinas e Equipamentos avançou 0,9 p.p., para 73,5%.

O que você precisa saber.
As últimas novidades sobre o mercado,
no seu e-mail todos os dias.

Pular para o conteúdo