FGV Ibre: construção está ligeiramente mais confiante

Rafael Marko

Por Rafael Marko

FGV Ibre: construção está ligeiramente mais confiante

Indicadores de demanda prevista e de tendência dos negócios melhoraram

O Índice de Confiança da Construção (ICST) subiu em fevereiro 1,8 ponto, para 97,6 pontos, maior nível desde outubro de 2022 (99,4 pontos). Na média móvel trimestral, o índice avançou 0,5 ponto.

Os dados são da Sondagem da Construção do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), com base em informações de 584 empresas, coletadas entre 1º e 22 de fevereiro. A pontuação vai de 0 a 200, denotando otimismo ou confiança a partir de 100.

De acordo com Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção do FGV Ibre, em fevereiro a confiança setorial cresceu alavancada pela percepção mais favorável em relação ao ambiente de negócios corrente e dos próximos meses.

“O Índice de Situação Atual engatou dois meses seguidos de alta, mas ainda permanece no campo de pessimismo moderado, sob influência da avaliação negativa das empresas de obras de instalações e obras de acabamento. Esses segmentos, que ficam na fase final do processo produtivo, refletiram desde os últimos meses de 2023 o fim de muitas obras no mercado imobiliário. Por outro lado, como houve melhora nos indicadores de demanda prevista e de tendência dos negócios de forma disseminada, novas obras deverão se iniciar, fortalecendo o ciclo de negócios novamente nos próximos meses,” observa Ana Castelo.

Pessimismo diminui

Em fevereiro, o resultado do ICST foi influenciado tanto pela melhora das avaliações sobre o momento atual quanto pela melhora das perspectivas para os próximos meses.

O Índice de Situação Atual (ISA-CST) avançou 0,8 ponto, para 95,5 pontos, maior nível desde setembro do ano passado. Por sua vez, o Índice de Expectativas (IE-CST) subiu 2,5 pontos, para 99,7 pontos, maior nível desde outubro de 2022 (101,2 pontos).

O avanço do ISA-CST resultou exclusivamente da melhora do indicador de situação atual dos negócios, que subiu 2,3 pontos, para 96,7 pontos. Já o indicador de volume da carteira de contratos cedeu 0,6 ponto, para 94,3 pontos.

A alta do IE-CST veio da melhora de dois indicadores que compõem o índice: o de demanda prevista para os próximos três meses subiu 1,9 ponto, para 99,5 pontos; e o de tendência dos negócios nos próximos seis meses aumentou 3 pontos, para 99,8 pontos.

Acesso ao crédito preocupa

Com as expectativas de demanda em alta, duas questões mereceram atenção dos empresários em fevereiro: a falta de mão de obra qualificada, que persiste entre as principais limitações enfrentadas pela construção, e o acesso ao crédito, que registrou um aumento expressivo de assinalações entre as empresas de Edificações Residenciais.

O salto de 5,7 p.p. no mês levou o quesito Acesso ao Crédito para a segunda posição entre as limitações. “A alta pode ser resultado da maior procura por parte das empresas face a um cenário de crescimento da demanda e não necessariamente porque houve piora no mês nas condições de oferta”, comenta Ana Castelo.

Utilização da capacidade

O Nível de Utilização da Capacidade (Nuci) da Construção cresceu 1,4 ponto percentual, interrompendo a sequência negativa observada nos últimos meses e subindo para 78,5%.

Os Nucis de Mão de Obra e de Máquinas e Equipamentos avançaram 1,3 e 1,7 p.p., para 79,7% e 74,3%, respectivamente.

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