Escassez de mão obra qualificada continua, mas indicação de investimento das empresas permanece incerta

Redação SindusCon-SP

Por Redação SindusCon-SP

Escassez de mão obra qualificada continua, mas indicação de investimento das empresas permanece incerta

Confira análise sobre nível de atividades elaborado pelo FGV/Ibre especialmente para o SindusCon-SP

No primeiro mês de 2024, o Índice de Confiança da construção teve ligeiro recuo. O movimento foi resultado de desempenhos distintos dos índices que o compõem.

Por um lado, houve melhora na percepção em relação à situação atual (ISA). Ainda assim, o ISA permaneceu em um patamar que representa um pessimismo moderado. Vale lembrar que ao longo de 2023, o indicador caiu refletindo condições financeiras adversas e a falta de mão de obra qualificada. Em 2024, o ciclo de redução da Selic deve aliviar as dificuldades com o custo do financiamento, mas o mercado de trabalho deve seguir pressionado.

O outro componente da confiança, o Índice de Expectativas (IE) teve queda na comparação mensal com ajuste. Nesse caso, é importante distinguir o desempenho intersetorial. Houve piora nas expectativas com a demanda dos próximos três meses nos segmentos de infraestrutura. Mesmo com a queda no mês, os indicadores de Demanda Prevista das empresas de Obras Viárias e Obras de Arte Especiais permaneceram em patamar que representa otimismo moderado.

O cenário é diferente para as empresas de Edificações Residenciais: a confiança subiu alavancada pelos dois componentes. No entanto, o destaque foi a melhora expressiva no indicador de Demanda Prevista para os próximos três meses, que recuperou, em janeiro, um patamar de otimismo moderado – o melhor resultado desde fevereiro de 2022.

O otimismo das empresas de Obras Residenciais com a demanda se refletiu nas perspectivas de contratação: o percentual que indica aumento alcançou 31,5% contra 10,3% de assinalações de diminuição no número de empregados.

Assim, o resultado da Sondagem da Construção do FGV IBRE traz indicações fortes no sentido de que o mercado de trabalho ao longo do ano pode continuar pressionado. O aumento de lançamentos residenciais alavancados pelo novo MCMV no último trimestre do ano confirma o otimismo com a demanda. Na cidade de São Paulo, a Pesquisa de Mercado do Secovi apontou crescimento das vendas de 8,7% até novembro. Ou seja, serão obras que deverão se iniciar ao longo do ano.
É possível que a conclusão das obras de infraestrutura tocadas pelos municípios contribua para reduzir a demanda corrente. Ainda assim, há um ciclo de investimentos privados programados para o ano.

De todo modo, parece muito claro que a questão da mão de obra vai sempre se colocar em um contexto de maior crescimento. Nesse sentido, os esforços de modernização como meio para elevar a produtividade precisam aumentar de forma sistêmica no setor.

A Sondagem de Investimento realizada pelo FGV IBRE no último trimestre de 2023 não trouxe resultados muito animadores. Na comparação com o último trimestre de 2022, o indicador que mede a intenção das empresas em realizar investimentos nos próximos 12 meses em relação aos 12 meses anteriores teve melhora. O saldo ficou positivo – mais empresas assinalaram que vão aumentar os investimentos do que reduzir. Mas ao serem confrontados se a decisão de investir já era certa ou ainda incerta, o saldo se inverte, ou seja, a maioria aponta incerteza.

O quadro é crítico entre as empresas de Serviços Especializados (obras de Instalações e de Acabamento), que são aquelas contratadas para realizar parte do processo construtivo, e são as que têm os piores índices de produtividade setorial.

Leia a íntegra da análise elaborada pelo FGV/Ibre, especialmente para o SindusCon-SP aqui.

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