Entidades debatem custo da burocracia e crédito via mercado de capitais 

Rafael Marko

Por Rafael Marko

Entidades debatem custo da burocracia e crédito via mercado de capitais 

Barreiras burocráticas à construção podem custar R$ 59,1 bilhões a empresas e governo até 2025 

Se nada for feito para solucionar os entraves, o custo total da ineficiência do processo burocrático, estimado para o macrossetor da construção e o governo de 2023 até 2025, é de R% 59,1 bilhões. Destes, R$ 35,2 bilhões correspondem a perdas no setor da construção imobiliária e equivalem a 9,7% do preço dos imóveis, estimando-se um VGV (Valor Geral de Vendas) de R$ 451 bilhões até 2025. 

Estes números do estudo “Burocracia na construção: o custo da ineficiência nos processos”, elaborado pela Deloitte para a Fiesp, foram apresentados em 7 de novembro, em reunião do grupo Entidades do Mesmo Lado, que reúne as entidades da cadeia produtiva da indústria da construção. 

Yorki Estefan, presidente do SindusCon-SP, e Maristela Honda, presidente do Seconci-SP (Serviço Social da Construção) e vice-presidente de Responsabilidade Social do SindusCon-SP, participaram do evento, conduzido por Luiz França, presidente da Abrainc. 

Ao apresentar o estudo, Giovanni Cordeiro, economista-chefe da Deloitte Brasil, listou os desafios burocráticos enfrentados pelo macrossetor da construção nas áreas de aprovação de projetos, regularização fundiária, aprovações entre as jurisdições, diferentes esteiras de aprovação e insegurança jurídica, e elencou propostas para a superação de cada um destes entraves. 

Cordeiro também apresentou os resultados da pesquisa que a Abrainc divulgará na próxima semana, sobre as percepções de suas empresas associadas no terceiro trimestre. A uma indagação de Yorki Estefan sobre os motivos pelos quais a confiança do setor no futuro se sobrepor desde 2013 ao pessimismo em relação aos negócios presentes, Cordeiro opinou que isto se deve a uma resiliência dos empresários da construção, que buscam constantemente novas oportunidades de bons negócios. 

Comentando a pesquisa da Deloitte, Carlos da Costa, ex-secretário especial da Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia, comentou que o custo da burocracia pode representar 25% do custo da obra. 

Ele sugeriu que o macrossetor da construção tenha uma agenda única centrada na desburocratização, tirando o Estado das intervenções nas decisões empresariais, autorregulando-se dentro do espírito da Lei de Liberdade Econômica e utilizando-se de ferramentas como o programa Construa Brasil. 

Costa, hoje sócio da CVPar, apresentou a estruturação de Fundos de Investimento de Direitos Creditórios (FIDCs) voltados a setores empresariais da construção. Ele explicou diversos aspectos que essa estruturação leva em conta e detalhou questões como as garantias. 

O empresário destacou que o crédito via mercado de capitais vem se expandindo no mundo e no Brasil: ele representava 6% do PIB em 2016, elevando-se até chegar em 12% do PIB em 2023. Na mesma comparação, o crédito bancário, que representava 24% do PIB, hoje está em 18% do PIB. Segundo Costa, nos Estados Unidos 82% do crédito é originário do mercado de capitais. 

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