Empresários da construção estão mais confiantes 

Rafael Marko

Por Rafael Marko

Empresários da construção estão mais confiantes 

Expectativas são de melhora para os próximos meses, diz a CNI 

Alimentado por expectativas otimistas para os próximos meses, o Índice de Confiança do Empresário da Indústria (Icei) da Construção atingiu 55,5 pontos em janeiro de 2024, após avançar 2,4 pontos em relação ao índice de dezembro de 2023. 

Os dados são da Sondagem da Indústria da Construção da CNI (Confederação Nacional da Indústria), com base em informações colhidas de 4 a 16 de janeiro junto a 326 empresas, sendo 121 pequenas, 131 médias e 74 grandes. O indicador vai de 0 a 100, denotando confiança ou otimismo a partir de 50. 

O Índice de Condições Atuais, um dos componentes do Icei, atingiu 50 pontos em janeiro, após avançar 2,2 pontos em relação ao resultado de dezembro, período em que registrou 47,8 pontos. Embora todos os indicadores para os diferentes setores da indústria de construção tenham apresentado avanço, o índice se situa acima da linha dos 50 pontos apenas para empresas do setor Construção de Edifícios. 

Já o Índice de Expectativa avançou 2,5 pontos na passagem de dezembro para janeiro e atingiu 58,3 pontos no período. Entre os diferentes setores da indústria de construção os resultados são homogêneos: todos registraram avanço, além de se posicionarem acima da linha dos 50 pontos. 

Expectativas otimistas  

Em janeiro, todos os indicadores de expectativas para a indústria de construção apresentaram avanço. 

O índice de expectativa de compras de insumos e matérias primas atingiu 55,2 pontos em janeiro, após avanço de 5,1 pontos frente ao resultado de dezembro. 

Já o indicador de expectativa do número de empregados atingiu 55 pontos, após avançar 4,8 pontos na mesma base de comparação. 

Houve ainda avanço de 3,6 pontos no índice de expectativa de novos empreendimentos e serviços, que atingiu 54,6 pontos. 

O indicador de expectativa do nível de atividade atingiu 55,9 pontos em janeiro. com avanço de 6 pontos na passagem do ano em relação aos 49,9 pontos registrados em dezembro. 

Intenção de investir 

O indicador de intenção de investimento atingiu 47,7 pontos em janeiro, após avançar 3,8 pontos em relação ao resultado de dezembro. Com a movimentação, o índice atingiu o maior patamar desde abril de 2014, e se posiciona 10,5 pontos acima da média histórica da série. 

Entre os diferentes setores da indústria de construção, houve evolução nos índices de intenção de investimento de empresas dos setores Construção de Edifícios (+6,2 pontos) e Obras de Infraestrutura (+7,4 pontos), que atingiram, respectivamente, 44,6 pontos e 49,1 pontos. Já o indicador para empresas do setor Serviços Especializados para a Construção registrou recuo de 2,2 pontos, atingindo 44,5 pontos em janeiro. 

Atividade e emprego recuam 

O índice de evolução do nível de atividade da indústria da construção atingiu 47,7 pontos em dezembro. O índice aponta retração no nível de atividade do setor na comparação com o mês anterior. Entretanto, ficou em patamar superior ao registrado em novembro (46,2 pontos). 

O indicador se encontra 2,6 pontos acima da média histórica dos meses de dezembro da série, de 45,1 pontos. 

Já o indicador de evolução do número de empregados na indústria de construção atingiu 45,5 pontos em dezembro de 2023, denotando queda do número de empregados na comparação com novembro. 

Apesar da intensificação do recuo, o resultado do mês se posiciona 2 pontos acima da média dos meses de dezembro da série, de 43,5 pontos, indicando que a retração no número de empregados se deu de forma mais branda que o usual para o período. 

Situação financeira 

O indicador de satisfação com a situação financeira atingiu 50,3 pontos no quarto trimestre de 2023, após avançar 0,8 ponto em relação terceiro trimestre– período em que registrou 49,5 pontos. O índice se encontra 3,8 pontos acima da média dos quartos trimestres da série, indicando uma situação financeira mais positiva do que a usual para o período. 

No último trimestre de 2023, o índice de satisfação com a margem de lucro atingiu 45,6 pontos, mantendo-se praticamente estável na comparação com o trimestre anterior – registrou recuo de apenas 0,1 ponto em relação ao resultado do terceiro trimestre do ano. O indicador se posiciona 2,9 pontos acima da média dos quartos trimestres da série, de 42,7 pontos, indicando insatisfação com a margem de lucro menor que a usual para o período. 

No quarto trimestre de 2023, a alta de preços de insumos e matérias primas foi percebida de forma mais intensa e disseminada no setor. Após avançar 2,2 pontos em relação ao terceiro trimestre de 2023, o índice atingiu os 61,8 pontos. 

Já o indicador de facilidade de acesso ao crédito avançou 0,4 ponto entre o terceiro e quarto trimestres de 2023 e atingiu 40,3 pontos, evidenciando a permanência da dificuldade de acesso ao crédito por parte dos empresários do setor. 

Juros altos, maior problema 

No quarto trimestre de 2023, o principal problema relatado pelos empresários da indústria da construção foi novamente o de taxas de juros elevadas, com 27,1% de assinalações. Há oito trimestres consecutivos, os empresários destacam os juros altos como maior dificuldade enfrentada, e nos últimos seis trimestres essa questão ocupou a primeira posição do ranking. Embora permaneça na primeira posição, o problema apresenta redução no percentual de assinalações pelo segundo trimestre consecutivo. Na passagem do terceiro para o quarto trimestre de 2023, a queda foi de 5,6 pontos percentuais (p.p.). 

A elevada carga tributária figura como o segundo problema mais enfrentado pelo setor, com 24,1% de assinalações no último trimestre de 2023. Durante o ano de 2023, o problema foi listado como o segundo maior problema do setor. Esse é o segundo trimestre consecutivo em que o problema apresenta redução no percentual de assinalações. 

O terceiro problema mais listado foi a falta ou alto custo de trabalhador qualificado, assinalado por 22% dos empresários da construção. No período, o problema atinge o terceiro maior percentual pelo segundo semestre consecutivo, embora também apresente redução no percentual de assinalações no último trimestre. 

Além dos três principais, os problemas de burocracia excessiva e demanda interna insuficiente também se destacaram no último trimestre. Esses problemas já haviam atingido altos percentuais de assinalação no terceiro trimestre, e na passagem para o último trimestre do ano registraram novo aumento nesses percentuais 

Capacidade operacional 

A Utilização da Capacidade Operacional (UCO) apresentou recuo de 1 ponto percentual (p.p.) na passagem de novembro para dezembro, atingindo 66%, movimento esperado para o período.  O índice se posiciona 4 p.p. acima da média dos meses de dezembro da série, indicando que o percentual observado no final de 2023 supera o observado na média para o

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