Crédito imobiliário perde fôlego em 2022, para 2023 as incertezas aumentaram

Redação SindusCon-SP

Por Redação SindusCon-SP

Crédito imobiliário perde fôlego em 2022, para 2023 as incertezas aumentaram

2022 foi marcado por uma retração na concessão de crédito imobiliário no Brasil


O volume de financiamentos com recursos da poupança e do FGTS alcançou R$ 241 bilhões, possibilitando o financiamento de 1,153 milhão de unidades. Em comparação com o ano anterior, houve queda de 5% e 7%, respectivamente. Mas a despeito da diminuição, os números ainda mostram um mercado robusto, que se manteve em patamar bastante elevado historicamente.


A abertura dos dados por fonte revela que, enquanto o número de unidades financiadas pelo FGTS aumentou 20% na comparação com 2021, houve queda de 18% na concessão com recursos da poupança.

O crédito concedido com recursos do FGTS destacou-se no ano por não sofrer a influência do aumento a Selic e ter parte expressiva direcionada ao programa Casa Verde Amarela. Ainda assim, com o aumento e custos e o endividamento das famílias foi necessário realizar alterações nas regras do programa, como o aumento da renda limite e reajuste do valor dos imóveis para garantir as contratações.

No que diz respeito ao crédito do SBPE, a conjuntura mais difícil se refletiu no mercado de imóveis usados – enquanto o volume contratado para imóveis novos ficou estável, para usados caiu 28%. É importante observar que o financiamento de imóveis novos está atendendo o ciclo de negócios dos últimos dois anos, quando as vendas alcançaram níveis recordes. Ou seja, observou-se a contratação (repasse) do crédito para as unidades que já foram vendidas e estavam em produção.

Os números da ABRAINC no gráfico a seguir confirmam o desempenho excepcional das vendas em 2022. O mercado de Médio e Alto Padrão (MAP) passou a se destacar no ano passado. Assim, o financiamento desses imóveis é fundamental para sustentação do ciclo.

A poupança, que tem sido um dos principais meios de financiamento para a aquisição de imóveis, sofreu uma queda em 2022 de 3,3% em relação a 2021, refletindo o significativo aumento dos saques ao longo do ano – a captação líquida negativa foi de R$ 81 bilhões.

Dessa forma, a poupança perdeu participação como fonte do crédito, mas ainda é a mais importante. Por fim, para o ano de 2023 há muitas incertezas ante a perspectiva de taxas elevadas e maiores restrições para a concessão do crédito: a Abecip projeta redução nominal de 13% nos financiamentos.

Se a redução atingir também os imóveis novos, as dificuldades do mercado serão bem maiores, o que pode impactar os distratos, que como proporção das vendas tiveram queda em 2022, de acordo com os dados da pesquisa da Abrainc.

Leia a íntegra da análise elaborada pelo FGV/Ibre especialmente para o SindusCon-SP aqui.

O que você precisa saber.
As últimas novidades sobre o mercado,
no seu e-mail todos os dias.

Pular para o conteúdo