Construção tem expectativas otimistas
Por Redação SindusCon-SP
Cenário positivo não comporta novos aumentos de custos com materiais
A indústria da construção abriu 169,5 mil empregos no primeiro semestre, um crescimento de 7% em relação ao contingente de pessoal existente em dezembro. Ao final de junho, o setor empregava 2,6 milhões de trabalhadores, respondendo por 6% do total de empregados no país e 16,6% dos novos postos de trabalho com carteira assinada gerados no semestre, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego.
O aumento do emprego na construção reflete o aquecimento da atividade, embora esteja havendo tendência de desaceleração do ritmo de crescimento, em consequência da diminuição das vendas de imóveis ocorrida em 2022 e da persistência dos juros elevados.
O saldo entre demitidos e admitidos no primeiro semestre caiu 28% no segmento de edificações e 20,3% no de serviços; em contrapartida, aumentou 61,3% no segmento de obras de infraestrutura, em função do aumento dos investimentos neste segmento.
O setor alimenta expectativas positivas, preparando novos lançamentos de empreendimentos, especialmente no segmento da habitação popular, e por conta do início de um ciclo de redução gradual da taxa de juros. No município de São Paulo, a revisão do Plano Diretor Estratégico motivou a elaboração de novos projetos residenciais e de uso misto.
Também contribuem para essas expectativas a aprovação do arcabouço fiscal, a elevação em quase R$ 30 bilhões do orçamento do FGTS para o financiamento habitacional, a volta do programa Minha Casa, Minha Vida e o novo PAC, a ser anunciado neste mês.
Neste cenário, o setor conta com reduções nos custos dos materiais de construção. Embora tenham caído no semestre, eles ainda apresentam elevação de 52,29% de junho de 2020 a junho deste ano, enquanto a inflação no período foi de 25%. Não há margem para novos aumentos de custos, prejudiciais à atividade do setor.