Construção segue moderadamente pessimista
Por Rafael Marko
Mas expectativa de crescimento para os próximos meses prevalece, diz FGV Ibre
Os líderes das empresas da construção seguiram moderadamente pessimistas em janeiro. O Índice de Confiança da Construção (ICST) manteve-se relativamente estável, ao variar no mês -0,2 ponto, para 95,8 pontos. Na média móvel trimestral, o índice registrou 0,2 ponto de alta.
Os dados são do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), com base em informações colhidas junto a 590 empresas, entre os dias 2 e 24 de janeiro. A pontuação vai de 0 a 200, denotando confiança ou otimismo a partir de 100.
Segundo Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção do FGV Ibre, a relativa estabilidade do indicador reflete uma correção das expectativas. Os executivos das empresas de infraestrutura ficaram menos otimistas. Em contraposição, a confiança daqueles de Edificações Residenciais avançou, impulsionada especialmente pelas perspectivas com a demanda.
“Vale destacar que, apesar de o ICST registrar um pessimismo moderado para o conjunto do setor, o percentual de empresas que espera crescimento da demanda supera o percentual de queda em todos os segmentos, sinalizando que a expectativa prevalente para os primeiros meses do ano é de crescimento”, observou Ana Maria Castelo, Coordenadora de Projetos da Construção do FGV Ibre.
Situação atual e expectativas
O primeiro resultado do ICST deste ano reflete exclusivamente a piora das expectativas dos empresários nos próximos meses. O Índice de Expectativas (IE-CST) caiu 1 ponto, para 97,2 pontos.
Por outro lado, o Índice de Situação Atual (ISA-CST) avançou 0,7 ponto, para 94,7 pontos. Os componentes dos ISA -CST variaram em sentidos opostos: o indicador de situação atual dos negócios subiu 2 pontos, para 94,4 pontos, e o indicador de volume da carteira de contratos recuou 0,6 ponto, para 94,9 pontos.
Os componentes do IE-S também tiveram variações contrárias. O indicador de demanda prevista para os próximos três meses caiu 3,3 pontos, para 97,6 pontos, menor nível desde junho do ano passado, enquanto o indicador de tendência dos negócios nos próximos seis meses subiu 1,3 ponto, para 96,8 pontos.
Dificuldades com mão de obra
Ao longo de 2023, os itens Demanda Insuficiente e Falta de Mão de Obra Qualificada disputaram o topo do ranking das assinalações dos respondentes à Sondagem, como sendo as maiores limitações à melhoria dos negócios no setor.
A perspectiva de crescimento dos investimentos no mercado de Edificações Residenciais ao longo do ano, impulsionados pelo programa Minha Casa, Minha Vida, deve aumentar a mão de obra qualificada como limitação, avalia Ana Castelo.
Utilização da capacidade
O Nível de Utilização da Capacidade (Nuci) da Construção teve retração de 1,7 ponto percentual, para 77,1%.
Os Nucis de Mão de Obra e de Máquinas e Equipamentos retraíram 1,6 e 0,8 p.p., para 78,4% e 72,6%, respectivamente.