Construção está menos confiante, constata a CNI
Por Rafael Marko
Percepção dos empresários sobre seus negócios está mais pessimista
O Índice de Confiança do Empresário (Icei) da indústria de construção caiu 1,3 ponto, para 55,3 pontos, em março. O dado é da Sondagem da Indústria da Construção, da Confederação Nacional da Indústria, a partir de informações de 395 empresas (143 pequenas, 172 médias e 80 grandes), coletadas entre 3 a 11 de março. A pontuação vai de 0 a 100, denotando otimismo a partir de 50.
A diminuição da confiança decorre de uma percepção mais pessimista dos empresários sobre as condições correntes de seus negócios. O índice de Condições Atuais caiu 0,5 ponto, para 49,1 pontos. O recuo foi influenciado pela piora do índice de Condições da Empresa, que caiu 1,5 ponto, de 51,2 pontos para 49,7 pontos.
O índice para Condições da Economia Brasileira aumentou 1,4 ponto, para 48 pontos, contudo, permanecendo abaixo da linha divisória de 50 pontos.
Expectativas
Já o Índice de Expectativas caiu 1,7 ponto, para 58,4 pontos, permanecendo acima da linha de 50 pontos e da média histórica. Contudo, como usual para o período, o otimismo dos empresários recuou para todas as variáveis frente a fevereiro.
O índice de expectativa do empresário em relação ao nível de atividade caiu 2,2 pontos, para 56,3 pontos, enquanto o índice de expectativa de compra de insumos e matérias-primas declinou em 1 ponto, para 55,9 pontos.
Já o índice de expectativa de novos empreendimentos e serviços recou 1,8 ponto, para 54,8 pontos. O índice de expectativa do número de empregados registrou queda de 0,9 ponto, para 55 pontos, após cinco meses consecutivos de expansão.
Intenção de investir
Em março, o índice de intenção de investimento da indústria da construção subiu 1 ponto, para 44,6 pontos. Embora ainda abaixo de 50 pontos, o valor é o maior desde 2014 para o mês, sendo o primeiro movimento de alta na passagem de fevereiro a março desde o início da série histórica.
A tendência de alta da intenção a investir acompanha a evolução da Utilização da Capacidade Operacional (UCO) que, embora tenha apresentado estabilidade entre janeiro e fevereiro, encontra-se em nível historicamente elevado.
Desempenho
O índice do nível de atividade ficou em 48,2 pontos, abaixo da linha divisória dos 50 pontos, sinalizando recuo das atividades. O indicador, entretanto, é o melhor para o mês de fevereiro desde 2012 (quando registrou 49,4 pontos), ou seja, sinaliza que o desempenho no mês foi mais favorável que em anos anteriores.
O índice do número de empregados ficou em 49,2 pontos. Assim como o ocorrido para o nível de atividade, o valor de índice é o maior para fevereiro desde 2012, quando registrou 50,8 pontos.
Capacidade operacional
Em fevereiro de 2022, a Utilização da Capacidade Operacional (UCO) apresentou estabilidade com relação a janeiro, permanecendo em 65%, sendo a maior para o mês desde 2014, quando a UCO se situava em 69%, indicando que a atividade do setor permanece aquecida.