Confiança da construção tem ligeira elevação, aponta o FGV/Ibre 

Rafael Marko

Por Rafael Marko

Confiança da construção tem ligeira elevação, aponta o FGV/Ibre 

Entretanto, percepção dos empresários do setor permanece no espectro do pessimismo moderado 

Os empresários da construção ainda se mostraram moderadamente pessimistas em abril. O Índice de Confiança da Construção (ICST) subiu neste mês 1 ponto, para 95,4 pontos, maior nível desde novembro de 2022, quando estava em 95,6 pontos. Em médias móveis trimestrais, o índice avançou 0,6 ponto. 

Este foi um dos resultados da Sondagem da Construção do FGV/Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), que coletou informações de 612 empresas entre os dias 3 e 24 deste mês. A pontuação vai de 0 a 200, denotando confiança ou otimismo a partir de 100. 

Segundo Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção do FGV/Ibre, a confiança das empresas da construção avançou, influenciada tanto pela percepção em relação à situação corrente, quanto pelas expectativas, mas ainda sem recuperar o patamar de outubro do ano passado. “Vale destacar a melhora das expectativas dos empresários nos segmentos de Edificações Residenciais e de Obras Viárias. O mercado imobiliário tem mostrado grande resiliência e sustentado aumento nas vendas de imóveis novos, a despeito da piora nas condições de crédito”, afirmou. 

A economista ressalvou que mais empresas assinalaram a demanda insuficiente, como uma das principais dificuldades enfrentadas. “Ainda assim, as empresas, além de apontarem melhora expressiva da atividade corrente, sinalizaram confiança na demanda dos próximos meses”, comentou Ana Castelo. 

Situação atual e expectativas 

O resultado do ICST de abril foi influenciado tanto pela melhora das avaliações sobre o momento atual, quanto das perspectivas para os próximos meses. 

O Índice de Situação Atual (ISA-CST) avançou 0,6 ponto, para 94,3 pontos, nível próximo do observado em abril do ano passado (94,4 pontos). Contribuiu para esse resultado a melhora de dois indicadores que compõem o índice. O indicador de situação atual dos negócios subiu 0,5 ponto, para 92,7 pontos, e o indicador de carteira de contratos se elevou em 0,7 ponto, para 95,9 pontos, após cinco meses em queda consecutiva. 

O Índice de Expectativas (IE-CST) subiu 1,4 ponto, para 96,7 pontos, maior nível desde outubro de 2022 (103,2 pontos). Esse resultado se deve exclusivamente à melhora do indicador de tendência dos negócios, que avançou 3 pontos, para 95,3 pontos, e também registra o maior nível desde outubro do ano passado (103,5 pontos). Por outro lado, o indicador de demanda prevista variou negativamente 0,2 ponto, para 98,1 pontos. 

Limitações aos negócios 

Entre os quesitos que estão limitando os negócios, houve aumento das assinalações no item Demanda Insuficiente, na comparação com um ano atrás, passando de 25,3% para 29,1%. Ainda assim, o percentual está bem abaixo do patamar alcançado no período pré-pandemia (abril/19), quando 51,8% dos empresários assinalaram a falta de demanda como o principal problema setorial. 

No quesito da Escassez de Mão de Obra Qualificada, também houve aumento de assinalações, uma dificuldade recorrente das empresas em momento de melhora da atividade. “A alta do Nível de Utilização da Capacidade (Nuci) e o aumento das assinalações em falta de mão de obra corroboram a percepção de maior aquecimento das atividades em abril”, observou, Ana Castelo. 

Utilização da capacidade 

O Nuci da Construção subiu 1,9 ponto percentual (p.p.), para 79,8%, maior desde agosto de 2014 (80,4%).  Os Nucis de Mão de Obra e de Máquinas e Equipamentos subiram 2,1 e 2,3 pontos percentuais, para 81% e 75,9%. 

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