Confiança da construção cai em maio 

Rafael Marko

Por Rafael Marko

Confiança da construção cai em maio 

Percepção é de todos os segmentos, especialmente o de infraestrutura, segundo o FGV/Ibre 

Os empresários do setor seguem ligeiramente pessimistas. O Índice de Confiança da Construção (ICST) caiu 1,4 ponto em maio, para 94 pontos, menor nível desde janeiro deste ano (93,6 pontos). Em médias móveis trimestrais, o índice ficou estável, ao variar 0,1 ponto.  

Os dados são da Sondagem da Construção do FGV/Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), com informações de 606 empresas, coletadas entre 2 e 24 de maio. A pontuação vai de 0 a 200, indicando confiança ou otimismo a partir de 100. 

De acordo com Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção do FGV/Ibre, a confiança da construção voltou a oscilar para baixo como resultado da deterioração das expectativas e da avaliação da situação corrente. “O movimento foi generalizado, atingindo todos os segmentos, mas se mostrou mais intenso entre as empresas de obras de infraestrutura, que reportaram piora na carteira de contratos”, afirmou. 

Desde outubro do ano passado, a confiança tem oscilado entre altos e baixos, sem conseguir recuperar o pico alcançado naquele mês. Segundo a economista, “um destaque importante em maio foi a melhora do indicador de atividade, que vinha mostrando desaceleração e alcançou o melhor patamar no ano. Por outro lado, o acesso ao crédito teve a pior avaliação desde julho do ano passado, resultado de um cenário de mais restrição da oferta de financiamento.” 

Situação atual 

A queda do ICST em maio foi influenciada tanto pelo Índice de Situação Atual (ISA-CST), quanto pelo Índice de Expectativas (IE-CST). 

O ISA-CST caiu 1,8 ponto, para 92,5 pontos, mesmo patamar de maio do ano passado. Os dois indicadores que compõem o ISA-CST também caíram: o indicador de situação atual dos negócios recuou 1,2 ponto, para 91,5 pontos, menor nível desde maio de 2022 (89,7 pontos); e o indicador do volume da carteira de contratos cedeu 2,3 pontos, para 93,6 pontos, menor nível desde fevereiro de 2022 (90 pontos). 

Recuo nas expectativas  

Do lado das expectativas, o IE-CST recuou 1,1 ponto, para 95,6 pontos, influenciado principalmente pela queda de 1,4 ponto do indicador de tendência dos negócios. Já o indicador de demanda prevista cedeu 0,8 ponto, para 97,3 pontos. 

Houve piora das expectativas em relação à demanda dos próximos meses, tanto na comparação mensal com ajuste, quanto na interanual. 

“O cenário de taxas de juros elevadas e maiores dificuldades com o crédito contribuiu para o crescimento do pessimismo. O percentual de empresas que indicou que haverá crescimento nos próximos meses diminuiu, mas, ainda assim, supera o de queda: 26,4% contra 9,3%”, observou Ana Castelo. 

Utilização da capacidade 

O Nível de Utilização da Capacidade (Nuci) da Construção ficou estável ao variar 0,1 ponto percentual (p.p.), para 79,9%, maior desde agosto de 2014 (80,4%). 

O Nuci de Mão de Obra permaneceu aos 81%, enquanto o Nuci de Máquinas e Equipamentos avançou 0,9 p.p., para 76,8%. 

O que você precisa saber.
As últimas novidades sobre o mercado,
no seu e-mail todos os dias.

Pular para o conteúdo