Censo identifica 19,6 milhões de domicílios no Estado de São Paulo 

Rafael Marko

Por Rafael Marko

Censo identifica 19,6 milhões de domicílios no Estado de São Paulo 

Na capital paulista, contabilizaram-se 4,5 milhões em 2022 

O Censo Demográfico realizado pelo IBGE em 2022 contabilizou 90,7 milhões de domicílios no país, um aumento de 34% frente ao Censo de 2010, quando existiam 67,5 milhões. No Estado de São Paulo, contabilizaram-se 19,6 milhões (+31,5% na mesma comparação). No Município de São Paulo, eram 4,5 milhões (+27%). 

Dos recenseados em 2022, 90,5 milhões eram domicílios particulares permanentes e 72,4 milhões estavam ocupados durante a operação censitária, um aumento de 26% no mesmo período. Os domicílios improvisados somaram 66 mil e os coletivos, 105 mil. 

O aumento em 12 anos no total de domicílios do país está relacionado ao crescimento expressivo de duas categorias: os vagos e os de uso ocasional. Quando considerados os domicílios particulares permanentes não ocupados, em que há a soma dos dois tipos, o aumento foi de 80%, chegando a 18 milhões em 2022. Os domicílios particulares vagos aumentaram 87%, chegando a 11,4 milhões, enquanto os de uso ocasional cresceram 70% em 12 anos, totalizando 6,7 milhões. Os três municípios com maior percentual de domicílios vagos são nordestinos: São João do Jaguaribe, no Ceará (29,1%), Canavieira, no Piauí (28,1%) e Bom Sucesso, na Paraíba (27,2%). 

“Os domicílios vagos são aqueles em que não há ninguém morando. Já os de uso ocasional são aqueles que são ocupados parte do tempo, como os de veraneio. De 2010 para cá, o aumento de domicílios ocupados foi maior, em números absolutos, mas em termos de proporção, os não ocupados tiveram um ganho maior no período”, afirma o gerente técnico do Censo, Luciano Duarte. 

De acordo com o demógrafo do IBGE Márcio Minamiguchi, além do crescimento dos domicílios vagos e de uso ocasional, o aumento também é explicado por uma mudança nas estruturas das famílias do país, que, menores, passaram a ocupar uma quantidade maior de lares. “Com o envelhecimento da população, ligado a uma taxa menor de fecundidade, é natural que se diminua o número de moradores por domicílio. No passado havia uma quantidade maior de famílias constituídas de um casal com filhos e normalmente eram muitos filhos. Hoje em dia, houve queda nesse tipo de arranjo familiar, com aumento de participação de outros arranjos, como casal sem filhos, mãe solo e unipessoais. Quando há casais com filhos, a quantidade é menor, em geral um ou dois. Ou seja, houve um aumento no número de arranjos com menos pessoas”, explica. 

A mudança provocou também a queda na média de moradores por domicílio no país, que passou de 3,31, em 2010, para 2,79, em 2022. Ainda que todos os estados tenham registrado queda nessa média, os com maior número de moradores por domicílio continuam sendo Amazonas (passando de 4,36, em 2010, para 3,64, em 2022) e Amapá (de 4,26 para 3,63). Já os estados com as menores médias são Rio Grande do Sul (2,54), Rio de Janeiro (2,60) e Espírito Santo (2,67). 

São Paulo tem maior número de domicílios 

O número de domicílios aumentou em todos os estados e no Distrito Federal. São Paulo, que concentrava cerca de um quinto da população brasileira (21,8%), tinha 19,6 milhões de domicílios em 2022, o maior número entre os estados. Doze anos antes, havia 14,9 milhões. Em seguida vem Minas Gerais, o segundo estado mais populoso do país, com 9,6 milhões de domicílios. Entre os estados com menor número estão Roraima (211,9 mil), Amapá (251,9 mil) e Acre (319,3 mil). 

Cidade mais populosa do país, a capital paulista também registrou o maior número de domicílios, com 4,9 milhões. Na comparação com os dados de 2010, quando foram recenseados 3,9 milhões, houve aumento de 27%. 

Na cidade de São Paulo, registraram-se 971.195 domicílios permanentes não ocupados vagos. 

Dos 20 municípios com maior número de domicílios recenseados, além de São Paulo destacam-se Rio de Janeiro, Salvador, Brasília, Fortaleza e Belo Horizonte, todos com crescimento acima de 20% na comparação com 2010. As cinco capitais também tinham mais de 1 milhão de domicílios na data de referência do Censo. Outros municípios registraram aumento de mais de 100% nesse número, como Abadia de Goiás, em Goiás, que passou de 2.644, em 2010, para 7.866, em 2022 (197,5%). 

Entre os municípios com maiores percentuais de domicílios de uso ocasional estão três do litoral gaúcho: Arroio do Sal (72,1%), Xangri-lá (70,7%) e Cidreira (67,9%). Nas concentrações urbanas com maior percentual de domicílios desse tipo, também se destacam as litorâneas, como Tramandaí (45,3%), no Rio Grande do Sul, e Caraguatatuba (40%), em São Paulo. Das capitais, apenas Florianópolis aparece na lista das 20 concentrações urbanas com maiores percentuais, tendo 10,8% de seus domicílios caracterizados como de uso ocasional. 

Com informações do IBGE 

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