Volume de financiamentos imobiliários cai no primeiro semestre
Por Rafael Marko
Créditos com recursos da Poupança se reduziram 12% na comparação com o mesmo período de 2021
As concessões de crédito imobiliário com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) totalizaram R$ 85,7 bilhões no primeiro semestre, uma redução de 12% em relação ao mesmo período de 2021.
Já os financiamentos com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) atingiram R$ 27,1 bilhões, uma elevação 17% na mesma base de comparação. Somadas, as concessões de crédito imobiliário atingiram R$ 112,8 bilhões no primeiro semestre, uma queda de 6% em relação ao volume concedido no mesmo período do ano passado.
Os dados foram divulgados pelo presidente da Abecip (Associação Brasileira das Empresas de Crédito Imobiliário e Poupança), José Ramos Rocha Neto, em 4 de agosto.
Na previsão desta entidade, neste ano os financiamentos com recursos da Poupança deverão ficar em R$ 180 bilhões (queda de 12%) e os do FGTS, em R$ 64 bilhões (aumento de 31%), totalizando cerca de R$ 244 bilhões, uma redução de 4% em relação a 2021. Segundo Rocha Neto, com isso 2022 deverá ser “o segundo melhor ano da história do SBPE”, inferior apenas a 2021, apesar do cenário macroeconômico e político.
No primeiro semestre, foram financiados: 355 mil unidades com recursos da Poupança, uma queda de 15% na comparação com o mesmo período do ano passado; e 187 mil com recursos do FGTS, uma redução de 8%, totalizando 542 mil (-13%).
Aquisição e construção
Para aquisição, foram concedidos R$ 65,5 bilhões (-18%), sendo R$ 26 bilhões para imóveis novos (+5%) e R$ 39,5 bilhões para usados (-28%).
Já para construção, foram R$ 20 bilhões, um incremento de 16%.
Segundo a Abecip, o volume das concessões no primeiro semestre, embora abaixo do registrado em igual período do ano passado, manteve-se em patamar elevado, sendo o segundo melhor semestre em termos históricos. O volume de crédito nesses seis primeiros meses é maior do que o concedido no ano inteiro de 2019, e pouco abaixo do somatório dos anos de 2016 e 2017.
Poupança e CGI
Ao final do primeiro semestre, os depósitos na Poupança totalizaram R$ 779 bilhões, uma redução de 1,3% em relação ao final do mesmo período em 2021.
Em contrapartida, outras fontes de recursos para o crédito imobiliário tiveram crescimento. A LIG (Letra Imobiliária Garantida), com saldo de R$ 69,4 bilhões em junho, mostrou crescimento de 134% na comparação com o mesmo período do ano passado, e a LCI (Letra de Crédito Imobiliário), com saldo de R$ 179,7 bilhões, cresceu 55%.
Já o Crédito com Garantia de Imóvel (CGI) teve expansão de 26% no primeiro semestre, comparado ao mesmo período do ano passado. Segundo a Abecip, isto confirma essa linha de crédito como uma nova opção que permite juros e prazos competitivos.