Vendas e lançamentos de imóveis caem em novembro na cidade de São Paulo 

Rafael Marko

Por Rafael Marko

Vendas e lançamentos de imóveis caem em novembro na cidade de São Paulo 

Um total 4.331 unidades residenciais novas foi vendido em novembro de 2020 na cidade de São Paulo, uma queda de 22% na comparação com as vendas de outubro, quando 5.552 foram comercializadas. O resultado também ficou 27,5% abaixo das 5.977 unidades comercializadas em novembro de 2019.

Os dados são da Pesquisa do Mercado Imobiliário do Secovi-SP (Sindicato da Habitação), que, entretanto, ressaltou um dado positivo: no acumulado de 12 meses encerrado em novembro, foram comercializadas 49.598 unidades, um aumento de 4,5% em relação ao mesmo período anterior, quando foram negociadas 47.448 unidades.

“O mercado imobiliário continua com um bom ritmo de vendas. O índice VSO (Venda Sobre Oferta) de 12 meses foi de 59,4%, resultado acima das médias anuais anteriores”, destacou Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP.

De acordo com a entidade, a cidade de São Paulo registrou em novembro o lançamento de 4.698 unidades residenciais, 24,5% a menos que o apurado em outubro do mesmo ano (6.220 unidades) e 55,3% abaixo do total de novembro de 2019 (10.521 unidades).

No acumulado de 12 meses até novembro, os lançamentos na capital paulista somaram 50.097 unidades, 18,6% abaixo das 61.549 unidades lançadas no mesmo período anterior.

VGV e VSO 

O VGV (Valor Global de Vendas) do mês atingiu R$ 2,2 bilhões, resultado 23,5% abaixo do registrado em outubro (R$ 2,9 bilhões) e 37,6% inferior ao volume de novembro de 2019 (R$ 3,5 bilhões), em valores atualizados pelo INCC-DI (Índice Nacional de Custo da Construção) de novembro de 2020.

O indicador VSO (Vendas Sobre Oferta), que apura a porcentagem de vendas em relação ao total de unidades ofertadas, atingiu 11,6% em novembro de 2020, ficando abaixo dos resultados de outubro do mesmo ano (14,6%) e de novembro de 2019 (15,1%).

O VSO de 12 meses até novembro foi de 59,4%, abaixo dos 60,4% do período anterior e 1,9% acima do acumulado de dezembro de 2018 a novembro de 2019 (58,3%).

Oferta e VGO 

A capital paulista encerrou o mês de novembro com a oferta de 33.097 unidades disponíveis para venda. A quantidade de imóveis ofertados foi 1,7% superior à registrada no mês anterior (32.544 unidades) e ficou 1,1% abaixo do volume de novembro de 2019 (33.481 unidades).

Esta oferta é composta por imóveis na planta, em construção e prontos (estoque), lançados nos últimos 36 meses (dezembro de 2017 a novembro de 2020). Ampliando o período analisado para 48 meses (dezembro de 2016 a novembro de 2020), a oferta de imóveis não vendidos sobe para 34.286 unidades, volume 3,6% superior à oferta de 36 meses.

Em novembro de 2020, o VGO (Valor Global da Oferta) totalizou R$ 16,1 bilhões, resultado 2% inferior ao de outubro (R$ 16,4 bilhões) e 19,3% abaixo daquele de novembro de 2019 (R$ 20,0 bilhões), em valores atualizados pelo INCC-DI de novembro de 2020.

Dormitórios e área útil 

Os imóveis de 2 dormitórios destacaram-se em novembro  em quase todos os indicadores: vendas (2.766 unidades), VGV (R$ 743,1 milhões), oferta (19.045 unidades), unidades lançadas (3.201 unidades) e maior VGO (R$ 5,7 bilhões). O maior VSO (14,4%) foi registrado nos imóveis com 4 ou mais dormitórios, resultado das 192 unidades comercializadas em relação aos 1.333 imóveis ofertados.

Imóveis na faixa de 30 m² e 45 m² de área útil lideram em quase todos os indicadores: vendas (2.576 unidades), oferta (16.302 unidades), VGV (R$ 539,1 milhões), VGO (R$ 3,6 bilhões) e lançamentos (3.063 unidades).

O maior VSO (18,3%) foi dos imóveis com mais de 180 m².

Preços e regiões 

Por faixa de preço, os imóveis com valor de até R$ 240 mil lideraram com os melhores indicadores de vendas (2.506 unidades), de oferta final (17.193 unidades) e de lançamentos (2.845 unidades). Os imóveis com preços superiores a R$ 1,5 milhão destacaram-se com maior VGV (R$ 972,6 milhões), maior VSO (14,6%) e maior VGO (R$ 5,5 bilhões).

A análise por zonas da cidade demonstra que, em novembro, a região Sul liderou na maioria dos indicadores: vendas (1.436 unidades), lançamentos (1.572 unidades), VGV (R$ 909,4 milhões), maior VGO (R$ 5,4 bilhões) e a maior quantidade de imóveis em oferta (11.126 unidades). A região Oeste registrou o maior VSO (15,6%).

Em novembro, 2.476 unidades vendidas e 2.779 unidades lançadas foram enquadradas como econômicas, seguindo os parâmetros do Programa Casa Verde e Amarela. A oferta totalizou 17.635 unidades disponíveis para venda, com VSO de 12,3%.

No segmento de mercado de médio e alto padrão, a pesquisa identificou 1.855 unidades vendidas, 1.919 unidades lançadas, oferta final de 15.462 unidades e VSO de 10,7%.

Análise 

“Os empreendimentos econômicos permaneceram na dianteira dos lançamentos e das vendas. Mas nos preocupa o aumento dos custos das obras para esse segmento. Há uma enorme distorção, porque esses imóveis não suportam adaptação no preço de venda, quer pela legislação quer pela renda dos interessados na compra. Os terrenos também estão cada vez mais escassos na cidade de São Paulo e podem elevar o preço dos imóveis novos”, enfatiza Emilio Kallas, vice-presidente de Incorporação e Terrenos Urbanos do Secovi-SP.

Para Basilio Jafet, presidente do Secovi-SP, “a excelente recuperação do mercado imobiliário da capital iniciada em julho foi mantida em novembro. As empresas seguiram à risca todos os protocolos sanitários nos canteiros de obras contra o coronavírus e permaneceram em pleno funcionamento.”

“Este ano será fundamental para a mudança legislativa, porque haverá a revisão obrigatória do Plano Diretor Estratégico. Contamos com a vontade política da Prefeitura de São Paulo e dos vereadores nesse processo de adequação da lei às necessidades reais da cidade”, ressalta o presidente do Secovi-SP.

“O mercado imobiliário depende de regras urbanísticas claras, condizentes com o porte da cidade de São Paulo, além de previsibilidade para continuar apresentando bons resultados, gerar empregos, aquecer a economia e oferecer imóveis adequados às expectativas das famílias”, conclui Jafet.

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