Vendas e lançamentos crescem em agosto na cidade de São Paulo 

Rafael Marko

Por Rafael Marko

Vendas e lançamentos crescem em agosto na cidade de São Paulo 

Um total de 6.611 unidades residenciais novas foi vendido em agosto na cidade de São Paulo, a maior quantidade de vendas registrada no ano e para o mês de agosto da série histórica. Foram 23% a mais que em julho (5.373 unidades) e 4,1% acima das 6.350 unidades comercializadas no mesmo mês do ano passado, segundo a pesquisa mensal do Secovi-SP (Sindicato da Habitação).

No acumulado do ano, as 41.919 unidades comercializadas ficaram 51,9% acima das 27.588 dos primeiros oito meses do ano passado. No acumulado de 12 meses até agosto, foram comercializadas 65.748, um aumento de 34,5% em relação ao mesmo período anterior, quando foram negociadas 48.885 unidades.

Em agosto, foram lançadas 7.749 unidades residenciais na cidade, o segundo melhor resultado da série histórica para o mês, representando 11,8% a mais que em julho (6.934 unidades) e 3,6% abaixo das 8.039 do mesmo mês do ano passado.

De janeiro a agosto, lançaram-se 41.797 unidades, alta de 106,5% em relação aos oito primeiros meses de 2020. No acumulado de 12 meses até agosto, os lançamentos totalizaram 81.537 unidades, 48,6% acima das 54.852 lançadas no mesmo período anterior.

Na análise de Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP, apesar do viés de alta dos preços dos imóveis, os juros do financiamento imobiliário continuam em patamares baixos, o que tem contribuído para viabilizar as vendas.

De acordo com Basilio Jafet, presidente da entidade, o setor teria superado relativamente o desequilíbrio causado pelo aumento dos preços dos insumos da construção, uma vez que há alguns meses esses reajustes estariam alinhados com a inflação. “O mercado imobiliário sofreu com a elevação dos custos dos materiais, mas agora, estamos acompanhando com atenção a inflação, que está próxima de dois dígitos. Esse comportamento é um fenômeno mundial e será por um período curto de tempo. Também, a boa governança do Banco Central nos faz acreditar que voltaremos à meta da inflação em breve, lembrando que para 2022 ela está definida em 3,5%, um índice mais rigoroso”, comenta.

VGV e VSO 

O VGV (Valor Global de Vendas) totalizou em agosto R$ 2,8 bilhões, resultado 15,7% acima do registrado em julho (R$ 2,5 bilhões) e 2,2% inferior ao volume de agosto do ano passado (R$ 2,9 bilhões), em valores atualizados pelo INCC-DI (Índice Nacional de Custo da Construção) de agosto de 2021.

O indicador VSO (Vendas Sobre Oferta), que apura a porcentagem de vendas em relação ao total de unidades ofertadas, atingiu 12,1% em agosto, ficando acima dos 10,2% registrado em julho e abaixo dos 17% de agosto do ano passado. Em 12 meses, o VSO de 58,6%, ligeiramente abaixo dos 59% do período imediatamente anterior e dos 60% do acumulado de setembro de 2019 a agosto de 2020.

Oferta 

A capital paulista encerrou agosto com a oferta de 48.198 unidades disponíveis para venda. A quantidade aumentou 2,4% em relação a julho (47.054 unidades) e ficou 55,9% acima do volume de agosto de 2020 (30.918 unidades). Esta oferta é composta por imóveis na planta, em construção e prontos (estoque), lançados nos últimos 36 meses (setembro de 2018 a agosto de 2021).

Em agosto, o VGO (Valor Global da Oferta) totalizou R$ 26,0 bilhões, resultado 2% superior ao de julho (R$ 25,4 bilhões) e 44,5% acima daquele de agosto do ano passado (R$ 17,9 bilhões), em valores atualizados pelo INCC-DI de agosto de 2021.

Dormitórios, preços e localização 

Os imóveis de 2 dormitórios destacaram-se no mês de agosto em todos os indicadores: vendas (4.150 unidades), oferta (26.440 unidades), lançamentos (3.887 unidades), maior VGV (R$ 1,3 bilhão), maior VGO (R$ 8,7 bilhões) e maior VSO (13,6%), resultado das 4.150 unidades comercializadas em relação aos 30.590 imóveis ofertados.

Imóveis na faixa de 30 m² e 45 m² de área útil lideraram em todos os indicadores: vendas (3.924 unidades), VGV (R$ 950,8 milhões), lançamentos (3.911 unidades), oferta (23.639 unidades), VGO (R$ 5,7 bilhões) e maior VSO (14,2%).

Por faixa de preço, os imóveis com valor de até R$ 240 mil lideraram com os melhores indicadores de vendas (3.214 unidades), oferta final (21.511 unidades) e lançamentos (3.542 unidades). Unidades na faixa de R$ 240 mil a R$ 500 mil registraram o maior VSO (13,4%), e os imóveis com preços acima de R$ 1,5 milhão obtiveram maior VGV (R$ 701,8 milhões) e maior VGO (R$ 9,2 bilhões).

Em agosto, a região Sul liderou em todos os indicadores: vendas (2.927 unidades), VGV (R$ 1.389,3 milhão), maior VGO (R$ 11,0 bilhões), maior quantidade de imóveis em oferta (18.666 unidades) e lançamentos (3.264 unidades, correspondendo a 42,1% do total do mês, com destaque para 890 novas unidades no distrito de Campo Grande). O maior VSO (13,6%) foi para a zona Sul e Oeste.

Econômicos e MPA 

Em agosto deste ano, 3.340 unidades vendidas e 3.189 unidades lançadas foram enquadradas como econômicas, de acordo com os parâmetros do programa Casa Verde e Amarela. Responderam por 50,5% das vendas em unidades e participaram com 23,3% de VGV. A oferta desse tipo de imóvel totalizou 23.073 unidades disponíveis para venda, com VSO de 12,6%.

No segmento de mercado de Médio e Alto Padrão (MAP), a pesquisa identificou 3.271 unidades vendidas, 4.560 unidades lançadas, oferta final de 25.125 unidades e VSO de 11,5%.

Perspectivas 

Na estimativa do Secovi-SP, em 2021 serão comercializadas entre 62 mil e 65 mil unidades residenciais novas (+21% a +26%) e lançadas entre 70 mil e 72 mil (+17% a +20%) na cidade de São Paulo.

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