Vendas de imóveis residenciais crescem na cidade de São Paulo

Rafael Marko

Por Rafael Marko

Vendas de imóveis residenciais crescem na cidade de São Paulo

 

Mas os lançamentos voltaram a cair, segundo apurou o Secovi-SP 

Um total de 5.555 unidades residenciais novas foi vendido em outubro na cidade de São Paulo – crescimento de 9,2% em relação a setembro (5.089 unidades) e estabilidade de 0,1% na comparação com outubro de 2020. 

Os dados são da pesquisa mensal do Secovi-SP (Sindicato da Habitação). No acumulado de 12 meses até outubro, as 65.693 unidades comercializadas representaram um aumento de 28,2% em relação ao mesmo período anterior (51.244 unidades). 

Em outubro, foram lançadas 6.876 unidades, 11,5% a menos que em setembro (7.766 unidades) e 10,5% acima do total de outubro de 2020 (6.220 unidades). No acumulado de 12 meses até outubro, foram lançadas 83.721 unidades, 49,7% acima das 55.920 unidades do mesmo período anterior. 

De acordo com Basilio Jafet, presidente do Secovi-SP, estão mantidas as expectativas de encerrar 2021 com crescimento em torno de 17% a 25%, tanto em lançamentos quanto em vendas. “Diante de um cenário de inflação na casa de dois dígitos, com trajetória ainda indefinida, e de alta da taxa básica de juros, acreditamos em uma possível acomodação do mercado, que poderá também ser impactado pelas incertezas comuns em ano de eleições majoritárias”, afirma. 

Já Emilio Kallas, vice-presidente de Incorporação e Terrenos Urbanos da entidade, comenta que a revisão do Plano Diretor Estratégico de São Paulo, que havia sido prevista para este ano, ficou para 2022, adiando novamente a discussão desta questão fundamental para ampliar a oferta de produtos imobiliários. “Some-se a isso a judicialização de propostas do Executivo aprovadas pelo Legislativo municipal, inviabilizando investimentos e o desenvolvimento de diversas regiões da cidade, como Água Branca, por exemplo.” 

VGV e VSO 

O VGV (Valor Global de Vendas) totalizou em outubro R$ 2,8 bilhões, resultado 29,8% acima do registrado em setembro (R$ 2,2 bilhões) e 14,9% inferior ao volume percebido em outubro de 2020 (R$ 3,3 bilhões) – valores atualizados pelo INCC-DI (Índice Nacional de Custo da Construção) de outubro de 2021. 

O indicador VSO (Vendas Sobre Oferta), que apura a porcentagem de vendas em relação ao total de unidades ofertadas, atingiu 9,3% em outubro, ficando acima do resultado do mês anterior (9,1%) e abaixo de registrado em outubro de 2020 (14,6%). 

O VSO de 12 meses (novembro de 2020 a outubro de 2021) foi de 56,4%, abaixo dos 57,2% do período imediatamente anterior (outubro de 2020 a setembro de 2021) e dos 60,4% do acumulado de novembro de 2019 a outubro de 2020. 

Oferta  

A capital paulista encerrou o mês de outubro com a oferta de 54.010 unidades disponíveis para venda. A quantidade de imóveis ofertados aumentou 5,7% em relação a setembro (51.078 unidades) e ficou 66% acima do volume de outubro de 2020 (32.544 unidades). Esta oferta é composta por imóveis na planta, em construção e prontos (estoque), lançados nos últimos 36 meses (novembro de 2018 a outubro de 2021). 

Em outubro, o VGO (Valor Global da Oferta) totalizou R$ 29,7 bilhões, resultado 6,9% superior ao de setembro (R$ 27,8 bilhões) e 59,1% acima daquele do mesmo mês do ano passado (R$ 18,6 bilhões) – valores atualizados pelo INCC-DI de outubro de 2021. 

Dormitórios e área útil 

Os imóveis de 2 dormitórios destacaram-se em outubro em quase todos os indicadores: vendas (2.994 unidades), oferta (29.834 unidades), lançamentos (3.901 unidades), maior VGV (R$ 985,0 milhões) e maior VGO (R$ 9,8 bilhões). Os imóveis de 1 dormitório registraram o maior VSO (10,6%), resultado das 1.904 unidades comercializadas em relação aos 17.896 imóveis ofertados. 

Imóveis na faixa de 30 m² e 45 m² de área útil lideraram em quase todos os indicadores: vendas (2.736 unidades), VGV (R$ 688,9 milhões), lançamentos (3.504 unidades), oferta (26.334 unidades) e VGO (R$ 6,5 bilhões). O maior VSO (12,5%) foi registrado nos imóveis com mais de 180 m² de área útil. 

Preços e zonas da cidade 

Por faixa de preço, os imóveis com valores entre R$ 240 mil a R$ 500 mil lideraram em quase todos os indicadores: vendas (2.253 unidades), lançamentos (2.896 unidades) e maior VSO (10,9%). Imóveis com preços de até R$ 240 mil lideraram com os melhores indicadores de oferta final (21.396 unidades), e os imóveis com preços acima de R$ 1,5 milhão obtiveram maior VGO (R$ 10,6 bilhões) e maior VGV (R$ 852,7 milhões). 

Em outubro, a região Sul liderou nos seguintes indicadores: vendas (1.926 unidades), oferta (20.921 unidades) e maior VGO (R$ 12,7 bilhões). A zona Oeste destacou-se com a maior quantidade de imóveis lançados (2.262 unidades) e VGV (R$ 1,05 bilhão). O maior VSO (12,6%) foi da zona Norte. 

Econômicos e MAP 

No mês de outubro, ocorreu uma atualização da faixa de preços dos imóveis do programa Casa Verde e Amarela, com aumento do limite para R$ 264 mil para a cidade de São Paulo, ajustando, dessa forma, o programa ao cenário de aumento de custos. 

“Um fato relevante foi o ajuste do teto de valor dos imóveis e dos subsídios para imóveis do programa Casa Verde e Amarela. Com as medidas, buscou-se equilibrar os valores com o aumento dos insumos da construção”, assinala Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP. Segundo ele, “as condições anteriores inviabilizavam os lançamentos de novas unidades, dificultando o acesso à habitação a importante faixa da população”. 

Para segmentar os imóveis econômicos, o Secovi-SP elegeu as faixas de preço enquadradas nos parâmetros do programa Casa Verde e Amarela, conforme a data e a cidade de lançamento do empreendimento. 

Em outubro deste ano, 2.530 unidades vendidas e 3.013 unidades lançadas foram enquadradas como econômicas. A oferta desse tipo de imóvel totalizou 24.435 unidades disponíveis para venda, com VSO de 9,4%. 

No segmento de mercado de médio e alto padrão (MAP), a pesquisa identificou 3.025 unidades vendidas, 3.863 unidades lançadas, oferta final de 29.575 unidades e VSO de 9,3%. 

Perspectivas para 2021 

Com os resultados apresentados em outubro, as perspectivas de fechamento do ano de 2021 ficaram praticamente inalteradas, com lançamentos entre 70 mil e 75 mil unidades, equivalente ao crescimento entre 17% a 25%, respectivamente, em relação ao ano passado. Em termos de vendas, a previsão é que sejam comercializadas de 60 mil a 65 mil unidades, variação de 17% a 26%.

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