Vendas de imóveis crescem e lançamentos permanecem estáveis na capital paulista 

Rafael Marko

Por Rafael Marko

Vendas de imóveis crescem e lançamentos permanecem estáveis na capital paulista 

Um total de 5.552 unidades imobiliárias novas foi comercializado na capital paulista em outubro. O número é 7,9% maior que as 5.147 vendidas em setembro e 38% superior às 4.023 vendidas em outubro de 2019. O dado é do Secovi-SP (Sindicato da Habitação), segundo o qual esta foi a maior quantidade comercializada para o mês, desde o início da série histórica em 2004.

No acumulado de janeiro a outubro, foram vendidas 38.287 unidades, o que representa um crescimento de 5,6% em relação ao mesmo período do ano passado (36.267 unidades).

Os lançamentos totalizaram 6.220 unidades em outubro, volume praticamente estável em relação às 6.238 de setembro, e 10,5% menor que as 6.946 de outubro de 2019. O dado é da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), que contabilizou 32.696 unidades lançadas no ano até outubro, uma redução de 22,3% em relação às 42.088 unidades lançadas nos primeiros dez meses de 2019.

Vendas 

O VGV (Valor Global de Vendas) atingiu R$ 2,9 bilhões em outubro, resultado 6,5% abaixo do registrado no mês anterior (R$ 3,1 bilhões) e 23,1% superior ao volume de outubro de 2019 (R$ 2,3 bilhões, em valores atualizados pelo INCC-DI – Índice Nacional de Custo da Construção de outubro de 2020).

Os imóveis econômicos – enquadrados no programa Casa Verde e Amarela – responderam por 54% das vendas em outubro, com 3.020 unidades comercializadas, e tiveram participação de 20% no VGV. No segmento de mercado de médio e alto padrão, a pesquisa identificou 2.532 unidades vendidas e VSO (Vendas Sobre Oferta) de 13,8%.

“A reação nas vendas de imóveis vem ocorrendo desde maio, quando superamos a fase mais crítica da quarentena. Contudo, vale destacar que, de agosto a outubro, foram comercializadas 17.049 unidades, 45% do total das vendas do ano”, destaca Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP.

Os empreendimentos econômicos de 2 dormitórios, com área útil entre 30 m² e 45 m², foram o destaque do mês.

“A economia começa a apresentar sinais de retomada e a atividade imobiliária teve papel fundamental neste movimento de recuperação. Com exceção dos momentos mais agudos da pandemia, o setor imobiliário manteve números positivos, a exemplo do agronegócio”, ressalta Basilio Jafet, presidente do Secovi-SP.

Diversos fatores têm colaborado para o bom desempenho do setor imobiliário, de acordo com os dirigentes da entidade: a decisão de não paralisar as obras em março, as baixas taxas de juros e os preços acessíveis dos imóveis.

Jafet acrescenta que a redução da taxa de juros foi decisiva para a ampliação dos recursos do crédito imobiliário. “Os financiamentos com recursos da poupança somaram R$ 13,9 bilhões em outubro.”

Preocupações 

Apesar de favorável, o desempenho do setor desperta preocupações, que incluem o aumento de preços e a falta de insumos básicos da construção, e as restrições da atual Lei de Zoneamento de São Paulo, entre outras.

“A expectativa é que a revisão do Plano Diretor Estratégico prevista para 2021 corrija os atuais entraves que dificultaram por anos as atividades imobiliárias na cidade”, ressalta o presidente do Secovi-SP, alertando ainda para os significativos reajustes dos custos dos insumos da construção e os problemas gerados ao empreendedor pela escassez desses produtos no mercado. “Se não superarmos esses obstáculos, será difícil atender a demanda por imóveis diante desse mercado aquecido”, afirma.

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