Vendas de imóveis até setembro subiram 8,4% no país 

Rafael Marko

Por Rafael Marko

Vendas de imóveis até setembro subiram 8,4% no país 

Apesar do impacto da Covid-19, que interrompeu um crescimento que vinha desde janeiro de 2018, o Brasil registrou aumento de 8,4% nas vendas de imóveis novos de janeiro a setembro, na comparação com o mesmo período do ano passado. Em relação ao 2º trimestre de 2020, período de maiores perdas em decorrência da pandemia, o número de imóveis vendidos no 3º trimestre subiu 57,5%.

Já o número de unidades lançadas caiu 27,9% e sua oferta se reduziu em 13%, na comparação dos primeiros nove meses de 2020 com o mesmo período do ano passado. De outra parte, em relação ao 2º trimestre de 2020, os lançamentos no 3º trimestre subiram 114,1%. Apesar desse grande aumento, os números ainda não compensam as perdas do 1º semestre.

Os dados são de estudo realizado pela CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção e pelo Senai Nacional), em parceria com a Brain Inteligência Estratégica, e divulgado em 23 de novembro. Foram coletadas informações de 150 municípios, sendo 20 capitais. Algumas cidades foram analisadas individualmente ou dentro das respectivas regiões metropolitanas.

De acordo com o presidente da CBIC, José Carlos Martins, “apesar do aumento dos lançamentos no 3º trimestre deste ano, eles ainda não foram suficientes para recuperar toda a perda do primeiro semestre, que foi de 44%. Mas a nossa maior preocupação reside no desabastecimento de insumos. A lei da oferta e procura, o aumento de preço e o atraso de entregas geram dificuldades de manutenção do cronograma de obras. Se isso não for resolvido, pode gerar um temor para o setor”, disse.

“Apesar da crise, no ano que vem a atividade do setor como PIB, geração de emprego e renda vai se manter em função do que foi vendido agora. No geral, o setor está em um momento interessante, mantendo empregos, além de ter criado 100 mil novos postos de trabalho. Ano que vem continuaremos crescendo”, afirmou.

Lançamentos 

Em relação ao 2º trimestre de 2020, o número de unidades lançadas no 3º trimestre subiu 114,1% e apresentou resultado positivo em todas as regiões do país. O maior aumento ocorreu no Sudeste, com elevação de 197,5% (18.110 unidades), seguida do Norte, com crescimento de 140% (896 unidades).

Na comparação com o 3º trimestre de 2019, porém, o número de lançamentos de imóveis (42.885 unidades) no 3º trimestre de 2020 registrou queda de 10,5%. Houve redução no número de unidades lançadas em todas regiões, à exceção da Centro-Oeste (+65,5%). A maior queda aconteceu no Sul (4.585 unidades), com 50,5% menos lançamentos que no 3º trimestre de 2019, seguida pelo Nordeste, com diferença de 22,4% (1.558 unidades). No Sudeste, o número de unidades lançadas permaneceu praticamente estável, com 327 (-1,2%).

No comparativo de lançamentos dos nove primeiros meses de 2020 (85.755 unidades) com o mesmo período de 2019 (118.886 unidades), houve queda de 27,9%. A maior diferença foi observada no Sul, com 8.560 unidades a menos (- 37,3%). Em seguida, o Nordeste, com 6.640 unidades a menos (-36,7%).

Vendas 

As vendas aumentaram 57,5% no 3º trimestre, na comparação com o trimestre anterior. O resultado foi positivo em todas as regiões. O maior aumento se registrou no Sudeste, onde as vendas de imóveis subiram 93,3% (13.963 unidades). No Centro-Oeste, o aumento foi de 70% (2.210 unidades), seguido da região Norte, onde as vendas subiram 64,5% (692 unidades).

Na comparação entre o 3º trimestre de 2020 e o mesmo período de 2019, as vendas subiram 23,7% e também apresentaram resultado positivo em todas as regiões. O maior aumento aconteceu no Centro-Oeste: 69,3% (2.197 unidades).

No acumulado dos nove primeiros meses de 2020, houve aumento de 8,4% (9.976 unidades) no número de unidades vendidas, na comparação com o mesmo período de 2019. O resultado foi positivo em todas as regiões. A maior variação foi observada no Nordeste, com aumento de 27,1% no número de unidades vendidas, seguido do Norte, com crescimento de 24,6%.

Oferta 

A oferta final de imóveis no 3º trimestre de 2020, na comparação com o mesmo período de 2019, apresentou queda de 13%. Na comparação com o 2º trimestre de 2020, a oferta final diminuiu 5% no 3º trimestre.

Casa Verde e Amarela 

Do total de lançamentos, 54,7% foram feitos dentro do Programa Casa Verde e Amarela. Sobre o total de vendas, essa participação foi de 53%. Na oferta final, o número de imóveis representou 44% do total.

Na avaliação do vice-presidente de Indústria Imobiliária da CBIC, Celso Petrucci, os dados comprovam a importância do programa no mercado imobiliário em todas as regiões do país. “O mercado hoje depende quase 75% do FGTS e do Casa Verde e Amarela. São 400 mil a 450 mil unidades por ano que possibilitam a aquisição da primeira moradia através do programa”, salientou.

Intenção de compra 

A CBIC também divulgou pesquisa que avalia a intenção de compra de imóveis por parte dos consumidores. De acordo com o levantamento, essa intenção subiu 15% em outubro, superando patamares anteriores à pandemia.

Para Fábio Tadeu Araújo, sócio da Brain Inteligência Estratégica, essa é uma linha de tendência de alta da vontade da população de comprar imóveis. “Dos 46% de pessoas que a pesquisa indicou em outubro que têm intenção de comprar, 13% já estão procurando imóveis. Esse é um número importante, pois significa que estamos 5% acima da média de antes da pandemia”, destacou.

Veja a apresentação.

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