Vendas de imóveis cresciam antes da crise na cidade de São Paulo

Rafael Marko

Por Rafael Marko

Vendas de imóveis cresciam antes da crise na cidade de São Paulo

A Pesquisa do Mercado Imobiliário, realizada pelo Secovi-SP (Sindicato da Habitação), apurou em fevereiro a comercialização de 3.611 unidades residenciais novas na cidade de São Paulo. O resultado foi 56% superior ao mês de janeiro (2.315 unidades) e 65,9% acima das vendas de fevereiro de 2019, que somaram 2.176 unidades.

No acumulado de 12 meses encerrado em fevereiro, as 46.863 unidades comercializadas representaram um aumento de 53,2% em relação ao mesmo período anterior, quando foram negociadas 30.587 unidades.

Lançamentos

De acordo com dados da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), a cidade de São Paulo registrou, em fevereiro, o lançamento de 2.184 unidades residenciais, volume 1.327,5% superior ao apurado em janeiro (153 unidades) e 151% acima do total de fevereiro de 2019 (870 unidades).

No acumulado de 12 meses encerrado em fevereiro, os lançamentos na capital paulista somaram 56.710 unidades, 52,5% acima das 37.191 unidades lançadas no mesmo período anterior.

Oferta

A capital paulista encerrou fevereiro com a oferta de 30.750 unidades disponíveis para venda – volume 4,2% inferior ao de janeiro de 2020 (32.110 unidades) e 57,3% acima do resultado de fevereiro do ano passado (19.553 unidades). Esta oferta é composta por imóveis na planta, em construção e prontos (estoque), lançados nos últimos 36 meses (março de 2017 a fevereiro de 2020).

Com 2.184 unidades lançadas, fevereiro ficou atrás somente do mesmo mês de 2011, quando foram lançadas 2.902 unidades. “Esse resultado mostra a confiança do empreendedor imobiliário”, diz Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP.

As vendas tiveram desempenho ainda melhor. Com 3.611 unidades comercializadas, fevereiro de 2020 registrou o melhor mês da série histórica da pesquisa, iniciada em 2004.

Os imóveis compactos (com menos de 45 m²) e aqueles com 1 e 2 dormitórios apresentaram resultados positivos, demonstrando a preferência dos compradores. “Quando se observa o comportamento por faixa de preço, nota-se um aumento na procura por unidade na faixa de R$ 240 mil a R$ 500 mil, que registrou o maior índice de venda sobre oferta. Isso comprova que há uma forte demanda por imóveis acima dos parâmetros de preços do Minha Casa, Minha Vida”, ressalta Petrucci.

Porém, a partir do anúncio, em 26 de fevereiro, do primeiro caso de contaminação de Covid-19) no país, na cidade de São Paulo, o cenário do mercado imobiliário mudou radicalmente, devendo se registrar resultados inferiores em março.

Uma decisão importante do setor foi a de manter os canteiros de obras em funcionamento, desde que obedecidas medidas definidas conjuntamente pelas entidades que representam empresas e trabalhadores. “A paralisação das obras poderia comprometer seriamente o processo de recuperação do setor, com consequências econômicas e sociais ainda piores para a cidade, o Estado e o país. Decerto que o processo construtivo será mais demorado, mas é melhor continuar trabalhando em um ritmo mais lento do que parar totalmente”, observa Basilio Jafet, presidente do Secovi-SP.

“Passada essa crise, acreditamos que o mercado vai retornar ao bom ritmo que tem apresentado há vários meses, porque imóvel, além de bem necessário, constitui-se em reserva de valor, e há uma grande demanda reprimida na cidade de São Paulo”, conclui Jafet.

Destaques

Os imóveis de 2 dormitórios destacaram-se em fevereiro em vendas (2.044 unidades), oferta (17.504 unidades), VGV – Valor Global de Vendas (R$ 630,7 milhões) e VGO – Valor Global de Oferta (R$ 5,7 bilhões). Unidades de 1 dormitório lideraram em lançamentos (1.193 unidades) e VSO (11,7%), resultado das 1.062 unidades comercializadas em relação aos 9.075 imóveis ofertados.

Imóveis com menos de 45 m² de área útil apresentaram os melhores resultados em vendas (2.324 unidades), oferta (19.134 unidades), VGV (R$ 569,8 milhões), VGO (R$ 4,5 bilhões) e lançamentos (1.516 unidades). O maior VSO – Venda sobre Oferta (12,2%) foi registrado nos imóveis com área entre 66 m² e 85 m².

Apartamentos com valor de até R$ 240 mil lideraram os indicadores de vendas (1.616 unidades) e de oferta final (14.891 unidades). A maior quantidade de lançamentos (892 unidades) e o maior VSO (12,8%) foram registrados nos imóveis na faixa de R$ 240 mil a R$ 500 mil. Os imóveis com preços superiores a R$ 1,5 milhão tiveram melhores VGV (R$ 371,4 milhões) e VGO (R$ 4,8 bilhões).

Em fevereiro, 1.581 unidades vendidas e 775 unidades lançadas estavam enquadradas como econômicas (dentro dos parâmetros do programa Minha Casa, Minha Vida). A oferta totalizou 14.993 unidades disponíveis para venda, com VSO de 9,5%.

Nos outros segmentos de mercado, a pesquisa identificou 2.030 unidades vendidas, 1.409 unidades lançadas, oferta final de 15.757 unidades e VSO de 11,4%.

Na região Sul da capital paulista, ocorreram mais vendas (1.187 unidades), mais lançamentos (1.235 unidades) e a maior oferta (10.224 unidades). A região Oeste registrou melhor VSO (13,2%), VGV (R$ 697,6 milhões) e VGO (R$ 6,5 bilhões).

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