Só uma minoria se beneficia das ações de responsabilidade social da construção

Rafael Marko

Por Rafael Marko

Só uma minoria se beneficia das ações de responsabilidade social da construção
O vice-presidente de Relações Capital-Trabalho do SindusCon-SP e presidente do Seconci-SP, Haruo Ishikawa
O vice-presidente de Relações Capital-Trabalho do SindusCon-SP e presidente do Seconci-SP, Haruo Ishikawa

O vice-presidente de Relações Capital-Trabalho do SindusCon-SP e presidente do Seconci-SP (Serviço Social da Construção), Haruo Ishikawa, declarou que as ações de responsabilidade social do setor atingem apenas uma minoria: os trabalhadores formalmente empregados. “O imenso desafio é levá-las para a maioria de trabalhadores autônomos e informais do setor”, acrescentou.

As afirmações foram feitas na abertura do seminário O Futuro da Construção e o Avanço da Agenda da Sustentabilidade na Visão do Consumidor, Investidor e Empreendedor, realizado pela CBIC e pelo Sesi em 6 de maio, com o apoio do SindusCon-SP e do Seconci-SP, na sede do Secovi-SP.

“Segundo os últimos dados disponíveis do IBGE, relativos a 2016, 52,7% das pessoas ocupadas no Brasil tinham carteira assinada. Na construção civil, só 26,3% eram empregados formais – outros 22,5% trabalhavam sem carteira assinada e 51,2% eram autônomos. Precisamos encontrar maneiras de estender nossas ações para esse grande contingente de autônomos e informais”, declarou Ishikawa.

O vice-presidente lembrou que a indústria da construção pratica ações de responsabilidade há décadas. O Seconci-SP foi fundado em 1964. O SindusCon-SP implementou a obrigatoriedade do café da manhã nas obras nos anos 80. “Desde então evoluímos muito, e acabamos de realizar o ConstruSer, que desde sua primeira edição já reuniu mais de 350 mil trabalhadores e seus familiares”, destacou.

Segundo Ishikawa, “estas ações vão muito mais além de elevar a motivação e a produtividade de nossos trabalhadores. Acreditamos que a valorização dos nossos trabalhadores é indissociável de uma indústria da construção que se quer cada vez mais sustentável.”

Ana Cláudia Gomes, vice-presidente de Responsabilidade Social da CBIC, afirmou que a construção precisa assumir sua parte no processo de reconstrução do tecido social, incluindo ações de responsabilidade social junto a trabalhadores, fornecedores, governo e comunidades.

Carlos Borges, vice-presidente de Tecnologia do Secovi-SP, disse que, a par das ações econômicas pelo fortalecimento da indústria imobiliária, a sustentabilidade deixou de ser uma opção, para tornar-se obrigatória nos negócios do setor. O evento também contou com a participação do presidente da CBIC, José Carlos Martins.

Critério para investir

Em palestra, o coordenador executivo do Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3, Aron Belinky, mostrou como as empresas que realizam ações de responsabilidade socioambiental têm melhor desempenho na bolsa da valores. Ele ainda relatou o projeto desenvolvido pelo SindusCon-SP em 2017 com cinco empresas associadas, que analisou a atuação sustentável dessas empresas e mediu seus resultados.

A incorporação crescente de análise da atuação socioambiental de empresas tem sido adotada pelo BNDES, para a decisão de financiar projetos daquelas empresas. Foi o que relatou Paula Barreto Barsted, gerente de Gestão Pública e Socioambiental daquele banco.

As vantagens em redução dos juros dos financiamentos às empresas que adotam o Selo Azul da Caixa foram mostradas por Denise dos Reis Rodrigues.

O evento ainda contou com palestras sobre os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU na cadeia de valor, cidades e comunidades sustentáveis, e desenvolvimento comunitário como estratégia empresarial. Foram apresentados de cases empresariais de responsabilidade social da MRV, Racional, Lavitta, Reta, NewInc e Sinduscon-Ceará.

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