SindusCon-SP lança guia de eficiência energética

Rafael Marko

Por Rafael Marko

SindusCon-SP lança guia de eficiência energética

IMG_5222Com amplas orientações sobre os temas, o Guia Interativo de Eficiência Energética em Edificações e o Guia Esquadria com Foco em Eficiência Energética foram lançados no Workshop Técnico Soluções em Eficiência Energética e Hídrica dos Edifícios realizado pelo SindusCon-SP, por meio de seus Comitê de Meio Ambiente (Comasp), em parceria com a Agência de Cooperação Alemã (GIZ) e o Ministério das Minas e Energia (MME), em 6 de dezembro, no sindicato.
Na abertura do evento, Francisco Antunes de Vasconcellos Neto, vice-presidente do SindusCon-SP, destacou que a preocupação com a eficiência energética é muito forte na entidade, sendo o guia resultado da parceria com a GIZ e o MME. Ele elogiou o trabalho da GIZ, instituição forte com foco na sustentabilidade, e do Ministério, responsável pela edição da primeira Instrução Normativa exigindo eficiência energética nos prédios públicos e também pela etiqueta Procel, que se tornou referência para o setor de edificações.
IMG_5212“O Procel transmitiu à sociedade a importância da eficiência energética. O Procel Edifica é parte deste processo. O que foi feito terá impacto no maior programa de edificações do Brasil”, afirmou, referindo-se ao Minha Casa, Minha Vida (MCMV).
Segundo Vasconcellos, o próximo passo será desenvolver esquadrias eficientes para a Habitação de Interesse Social, tendo em vista que a maioria dos empreendimentos residenciais no Brasil está voltada aos programas habitacionais como o MCMV, e o da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano).
IMG_5235Carmen Langner, coordenadora de Energias Renováveis e Eficiência Energética da GIZ, ressaltou que o Guia de Eficiência Energética em Edificações nasceu de uma iniciativa do SindusCon-SP e contribuirá para disseminar o conhecimento sobre o tema.
George Alves Soares, pesquisador do Cepel e coordenador do Grupo Técnico de Edificações do Comitê Gestor de Indicadores e Níveis de Eficiência Energética do MME, historiou o trabalho de mudança do que denominou cultura perdulária em relação ao consumo de energia, e que vem dando frutos de 2000 para cá com a etiquetagem Procel. “O SindusCon-SP sempre esteve perto destas ações e se tornou uma referência de proatividade, trazendo a demanda da indústria pela eficiência energética ao governo”, afirmou.
IMG_5247Soares também anunciou que em 2019 a etiqueta de edificações comerciais deverá conter o consumo estimado de cada edificação, a partir de um cálculo mais profundo. Tanto ele como Vasconcellos congratularam-se com a equipe envolvida na criação dos guias, em especial com o coordenadora técnica do Comas, Lilian Sarrouf.
Eficiência em edificações
IMG_5286O conteúdo e as potencialidades de utilização do Guia de Eficiência Energética em Edificações foram apresentados pelo engenheiro ambiental Alexandre Schinazi, diretor técnico da Mitsidi Projetos. Esta empresa sistematizou o conteúdo, a Eólica realizou o design e a RCKT, a programação, resultando em um guia dinâmico e interativo.
A publicação mostra a eficiência energética aplicada a 7 tipologias. Cada uma delas traz informações sobre a aplicação em 6 sistemas prediais. As orientações são personalizadas, possibilitando ao interessado realizar simulações sobre o tipo de obra que pretenda edificar.
Também acessível pelo celular, há no guia uma calculadora sobre possibilidades de eficiência no consumo em cada caso que se queira simular, levando-se em conta dados como tipologia da edificação, área, cidade em que se localiza e tarifa local.
A publicação ainda traz uma série de informações relevantes sobre energias renováveis, conceitos de projetos, impacto em uso, logística, operação de edificações de que produzem sua própria energia, as certificações existentes e os elementos que devem se levar em consideração para adotá-las ou não. E avança em temas como comissionamento, fontes de financiamentos e subsídios. Traz estudos de caso, um tutorial e um link para que o internauta ofereça sugestões para o aperfeiçoamento e atualização do guia, tarefas a serem realizadas continuamente.
Aumento da produtividade
IMG_5261Em sua apresentação, Michael Laar, coordenador de um setor sobre eficiência energética na GIZ, apresentou um elenco de sugestões para incrementar esta eficiência em edificações. Entre estas, listou: maior vontade política para elevar as exigências da legislação, desenvolver soluções que apresentem resultados no curto prazo, realizar mais pesquisas, fomentar consciência ambiental, demonstrar benefícios da eficiência energética para reduzir custos, elevar a produtividade e melhorar a saúde e o bem estar dos cidadãos.
Ele apresentou o trabalho desenvolvido pela agência alemã no Peru em escolas situadas em condições climáticas extremas: em Iquitos, na selva amazônica, semelhante ao clima da região Norte do Brasil, e no altiplano andino, que no Brasil se aproximaria ao de Caxias do Sul (RS).
A partir da constatação de que os alunos tinham baixo desempenho escolar devido à falta de conforto térmico, lumínico e acústico, a GIZ desenvolveu e aplicou equipamentos e sistemas que corrigiram estes problemas de forma economicamente e ambientalmente sustentável. O aproveitamento escolar e a concentração dos alunos se elevaram, os alunos “apropriaram-se” da escola e inclusive acabou o vandalismo contra as instalações escolares.
Energia Zero

IMG_5304Na sequência, Márcio Takata, engenheiro eletricista, presidente do Comitê Técnico de Certificação do Green Building Council Brasil Zero Energy e diretor da Greener, apresentou esta certificação. Na fase de projeto e construção, a edificação já pode obter uma pré-certificação. A acreditação propriamente dita chega depois de aferida a operação do empreendimento de 1 a 12 meses. E a renovação se dá com aferição da operação de 24 a 36 meses.
Takata alertou para certos requisitos, como dispor de ocupação mínima e metragem mínima. Explicou que a energia deve proceder de fontes renováveis e a compra de Certificados de Energia Renovável.
Ele ainda salientou a importância de itens na edificação que atestem a eficiência energética, embora tenha admitido que esta questão ainda não está contemplada como exigência para a certificação. Ao final, apresentou exemplos de edificações que já contam com pré-certificações e certificações do GBC.
Cogeração com gás
IMG_5325A seguir, Pedro Mendes, administrador com pós-graduação em Gerenciamento Ambiental e responsável pela área de Aplicações e Geração Distribuída da Comgás, apresentou o desempenho da tecnologia CHP na cogeração qualificada de energia para edificações.
Mendes destacou que esta tecnologia a gás, capaz de proporcionar energia elétrica, aquecimento ou esfriamento, também está sendo aplicada em edificações residenciais, com expressivas economias e um pay back de 20 meses.
Ele também apresentou o reduzido espaço menor que uma vaga de garagem para a instalação de um CHP, o qual produz energia equivalente a de placas fotovoltaicas que precisariam ocupar o espaço de 16 quadras de tênis.
Aquecimento de água
IMG_5335O Hidro Kit desenvolvido pela LG para o aquecimento de água proporcionou um economia de 62% na comparação com um prédio idêntico, num conjunto hoteleiro em Atibaia. O case foi relatado pelo engenheiro Daniel Fraianeli, gerente de produtos Multi V da LG Eletronics.
Há opção por dois modelos, o que aquece a água até 80 graus e combate à bactéria Legionella, e o que esquenta a água até 50 graus e que também se aplica em resfriamento do líquido.
Eficiência de elevadores

IMG_5355Embora a grande inovação em eficiência de elevadores tenha ocorrido quando os sistemas eletromecânicos foram substituídos pelos atuais inversores, a indústria destes equipamentos continua inovando. Foi o que mostrou o engenheiro José Luis Mundim Soares, gerente de Gestão de Vendas e Marketing de Novas Instalações da Elevadores Atlas Schindler.
Segundo ele, o sistema de gerenciamento de tráfego de elevadores, acionado pela chamada dos usuários, reduz em 30% o consumo de energia da edificação. A Schindler também está desenvolvendo o funcionamento de elevadores a partir de energia fotovoltaica.
IMG_5407A utilização da norma alemã VD4707 quantifica o consumo de energia do equipamento, fornecendo os dados necessários à etiquetagem. E já está demonstrado que cabines grandes que acomodam muitos passageiros reduzem expressivamente o consumo energético.
Após estas apresentações, Laar, Takata, Mendes, Fraianeli e Soares responderam às questões dos participantes, em mesa coordenada por Lilian Sarrouf.
O Workshop Técnico “Soluções em Eficiência Energética e Hídrica dos Edifícios” contou com o patrocínio da Atlas Schindler, Caixa Econômica Federal, Comgás, Deca, Incepa, LG, Hydro e Portinari, além das parcerias da Associação Brasileira das Indústrias de Vidro (Abividro), Associação Nacional de Fabricantes de Esquadrias de Alumínio (Afeal) e da Associação Brasileira dos Fabricantes de Sistemas, Perfis e Componentes para Esquadrias de PVC (Aspec PVC), além da parceria institucional do Green Building Council (GBC) e apoio institucional da Eletrobrás/Procel.
Saiba mais:
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