Setor vai deixando o pessimismo para trás

Rafael Marko

Por Rafael Marko

Setor vai deixando o pessimismo para trás

O Índice de Confiança da Construção (ICST), da FGV (Fundação Getulio Vargas), subiu 1,5 ponto em novembro, para 89 pontos, atingindo o maior nível desde setembro de 2014 (89,9). Em médias móveis trimestrais, o índice registra alta de 0,5 ponto, mantendo a tendência ascendente iniciada em junho deste ano.

Os dados são da Sondagem Nacional da Construção da FGV, a partir de informações prestadas por 703 empresas do setor e coletadas entre 1 e 21 deste mês. A pontuação vai de 0 a 200, sendo que a partir de 100 indica otimismo.

De acordo com Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia) da FGV, a melhora nas vendas e lançamentos registrados no mercado imobiliário em algumas cidades, especialmente em São Paulo, começa a se refletir de modo mais expressivo nos indicadores.

De acordo com a economista, o avanço da confiança setorial no mês foi impulsionado pela percepção dos empresários de Edificações: o ISA (Índice de Situação Atual) do segmento registrou o melhor resultado desde fevereiro de 2015.

“Ainda assim, vale lembrar que essa é uma base baixa, já afetada pela crise. Outro ponto relevante é que, a despeito da percepção mais positiva generalizada, o indicador de mão de obra prevista registrou queda na comparação com outubro e ainda há mais empresários apontando redução da mão de obra do que contratação nos próximos meses”, observa Ana Castelo.

A elevação do ICST em novembro deveu-se principalmente à melhora da situação corrente. O ISA avançou 2,4 pontos, para 81,3 pontos e registra ganho acumulado de 8,9 pontos nos últimos seis meses.

Expectativas em alta

O Índice de Expectativas (IE-CST) subiu 0,5 ponto, passando a 97 pontos e compensando a perda sofrida no mês anterior. Este resultado foi influenciado pela tendência dos negócios nos próximos seis meses, cujo indicador subiu 1,3 ponto, para 96,9 pontos.

De acordo com Ana Castelo, uma questão relevante no movimento de retomada é a percepção sobre o acesso ao crédito pelas empresas. Com a queda na taxa Selic, espera-se que o crédito para as empresas se torne mais acessível e com melhores condições.

Crédito ainda difícil

“Esse é um elemento fundamental na retomada. O indicador subiu 8 pontos no acumulado do ano, com uma melhora mais forte no segundo semestre: 4,5 pontos entre junho e novembro. Entre as parcelas deste indicador, a proporção de empresas que reportaram que está fácil conseguir crédito subiu 1,9 ponto percentual, para 9,2%, melhor resultado desde dezembro de 2014 (12,5%), enquanto a proporção de empresas que relataram dificuldade na obtenção de crédito recuou 1,3 ponto percentual, passando a 39,3%. No entanto, é importante observar que a percepção predominante entre os empresários é pessimista”, comentou ela.

O Nível de Utilização da Capacidade (Nuci) do setor variou positivamente 0,4 ponto percentual, para 70,5%. Em relação ao Nucipara Máquinas e Equipamentos e ao Nuci para Mão de Obra, as variações foram 0,3 e 0,5 ponto percentual.

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