Setor passa a ter percepção negativa da economia 

Rafael Marko

Por Rafael Marko

Setor passa a ter percepção negativa da economia 

Em setembro, o Índice de Confiança do Empresário (ICEI) da Indústria de Construção recuou cinco pontos, para 54,7 pontos. É a maior queda do índice desde março de 2021, quando medidas restritivas às atividades econômicas foram impostas para conter o novo avanço da pandemia de Covid-19.

Este é um dos resultados da Sondagem da Construção realizada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) com o apoio da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção). As informações foram colhidas junto a 455 empresas, sendo 172 pequenas, 184 médias e 99 grandes, de 1º a 15 de setembro. A pontuação vai de 0 a 100, denotando otimismo a partir de 50.

O resultado de setembro foi marcado por uma deterioração da percepção das condições atuais e das expectativas sobre a economia brasileira. Os indicadores relativos à própria empresa também caíram, mas em menor magnitude.

Entre agosto e setembro, o índice de condições atuais da economia brasileira recuou de 51,3 pontos para 42,3 pontos. Ao ficar abaixo da linha divisória de 50 pontos, o índice reflete a transição de uma percepção positiva para uma percepção negativa da economia brasileira. O índice de expectativas da economia brasileira também apresentou uma forte queda, de oito pontos, porém permanece acima da linha divisória de 50 pontos.

Alinhadas à queda de confiança, as expectativas dos empresários da indústria da construção com relação às variáveis relacionadas à atividade também caíram, embora em menor magnitude.

As expectativas do nível de atividade, de novos empreendimentos, de compra de insumos e matérias primas e do número de empregados recuaram, respectivamente, 1,3 ponto, 0,9 ponto, 0,8 ponto e 1 ponto. Situam-se, respectivamente, em 56,4; 55,4; 55,1 e 53,4 pontos. Portanto, ainda denotam expectativas de crescimento para essas variáveis nos próximos seis meses.

Já o índice de intenção de investimento da indústria da construção caiu 4,2 pontos, para 41,2 pontos em setembro. Essa é a maior queda do índice em um único mês desde abril de 2020. Apesar da queda, a intenção de investimento segue acima da sua média histórica.

Atividade estável 

Em agosto, o nível de atividade na indústria da construção manteve-se praticamente estável. O índice do nível de atividade ficou em 49,7 pontos, muito próximo da linha divisória dos 50 pontos que separa o aumento e a queda do nível de atividade.

O índice do nível de emprego ficou mais distante da linha divisória de 50 pontos, em 49,1 pontos. O índice mostra queda moderada do emprego frente a julho. O recuo do emprego no mês quebra uma sequência de dois meses em que o nível de emprego havia ficado estável, com índices muito próximos à linha divisória.

Utilização da capacidade 

Em agosto, a Utilização da Capacidade Operacional (UCO) aumentou dois pontos percentuais e atingiu 66%. É o patamar mais elevado para o indicador desde 2014.

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