Seminário Internacional BIM debate melhores práticas de implementação da ferramenta

Redação SindusCon-SP

Por Redação SindusCon-SP

Seminário Internacional BIM debate melhores práticas de implementação da ferramenta

O 8º Seminário Internacional BIM, realizado nesta quinta-feira (26) pelo SindusCon-SP e pela Totvs, mudou o tom sobre o tratamento que a indústria brasileira da construção civil tem dado à ferramenta. Principal promotor do BIM no país, o SindusCon-SP reuniu especialistas que detalharam os temas inovação e a implantação da Modelagem da Informação da Construção.
José Romeu Ferraz NetoAo abrir o evento, o presidente do SindusCon-SP, José Romeu Ferraz Neto, lembrou a missão técnica do sindicato, aos Estados Unidos em 2010 onde tiveram contato com o BIM pela primeira vez. “Vimos o potencial do crescimento da produtividade que a ferramenta traria à construção civil brasileira. Foi o que deu início a esse seminário que realizamos anualmente,” explicou.
O vice-presidente de Tecnologia e Qualidade do SindusCon-SP, Paulo Sanchez, fez um retrospecto dos sete seminários BIM já realizados. “Nas edições anteriores falamos de como os outros países estavam implantando o BIM. Este ano o foco é nas empresas que já se conscientizaram da necessidade da ferramenta para o nosso segmento. Quando houver a retomada da economia – eu acredito que isso vá acontecer ano que vem –, essas empresas precisam estar preparadas”, alertou Sanchez.
Paulo SanchezSanchez falou ainda sobre o road show pelo Brasil que realiza com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e destacou o trabalho realizado pela capital baiana. “Estamos vendo uma mobilização em todo o país e Salvador está na vanguarda no uso da ferramenta para a aprovação de plantas.”
Inovação disruptiva
O painel “BIM como Inovação Disruptiva” foi aberto pela palestra “A Revolução Digital e os seus Impactos na Construção Civil”, com o vice-presidente de Inovação do Instituto Smart City Business America e head and partner de Transformação Digital & Economia da Kick Ventures, Cezar Taurion.
Cézar TaurionTaurion fez uma ampla apresentação sobre como a tecnologia alterou e continua mudando os relacionamentos pessoais e também o setor produtivo. Avançando em um futuro não muito distante, ele lembrou que a estimativa para os próximos 30 anos é de que 70% das pessoas vão viver em áreas urbanas; o Brasil vai ser um país de população predominantemente idosa, o aquecimento global deve continuar sendo um problema e que os Estados Unidos estão perdendo para a Ásia o poderio econômico em relação ao mundo. Tudo isso tendo a revolução digital como pano de fundo, sem previsão para estagnar.
Para inserir o BIM como uma necessidade na construção civil, Taurion continuou citando exemplos de como a tecnologia vem atropelando muitos segmentos, sem muita chance de reação.
A possibilidade de construir moradias por meio de impressoras 3D, o que significaria, no mínimo, um declínio significativo da atividade da construção civil da forma como é conhecida hoje, e o fato de empresas consolidadas (como Kodak e Blockbuster) terem sido engolidas repentinamente por recursos tecnológicos, foram exemplos dados por Taurion para provocar uma reflexão na plateia.
Seminário Internacional BIM“Existem coisas que pareciam impossíveis cinco anos atrás e que hoje estão à nossa disposição. Também é preciso lembrar que Uber, Netflix, Whatsapp e Airbnb não foram criados por pessoas que migraram do ramo de táxis, cinema, telecomunicações e hotelaria, respectivamente. A ameaça, atualmente, está no fato de alguém ter uma ideia de como fazer diferente o que o seu setor está fazendo”, explicou ele.
A maneira como o avanço de um segmento pode influenciar sobre outro foi exemplificada usando a indústria automotiva. A tendência de crescimento do carro elétrico exigirá pontos de recarga desses veículos. Terão a preferência do consumidor os edifícios que tiverem esse serviço disponível. “Setores que são distintos e complementares, em pouco tempo serão iguais e fluidos.”
Transformação digital e competitividade
Petrus Júnior EvangelistaO gestor do segmento de construção e projetos da Totvs, Petrus Júnior Evangelista, também chamou a atenção para os efeitos causados pela transformação digital nas empresas. Estimativa da agência de classificação de risco Standard & Poor’s diz que em 10 anos 75% das 500 maiores empresas globais deixarão de existir, engolidas pela tecnologia.
A dificuldade em fazer orçamentos mais precisos foi uma das deficiências do setor citadas por Evangelista, que mostrou os benefícios que a ferramenta da Totvs pode trazer para a construção civil quanto à previsão de custos. “A base de dados usada nos orçamentos já tem a especificidade de cada material. Além disso, dentro da ferramenta podemos destacar os elementos que estouraram o custo; acompanhar o que deveria estar pronto, o que está no tempo previsto e o que está atrasado,” explicou Evangelista.
Fábio GomesSegundo o gerente técnico de Contas da Autodesk, Fábio Gomes, os dados sobre investimentos em tecnologia feitos pela construção civil, em comparação com a indústria de manufatura, mostram que a cultura no setor precisa avançar muito para crescer em competitividade. “Existe um gap entre tecnologia disponível e tecnologia assimilada pelo segmento.”
A melhoria no processo de qualidade também foi destaque na fala de Gomes, que citou a garantia de se obter uma edificação de qualidade com o uso do BIM. “Tenho visto moradias populares que estão desmontando após três anos de construção. O BIM nos auxilia na qualidade de materiais, podendo prever que problemas que poderão ocorrer futuramente”, conta.
O professor da USP, Eduardo Toledo, que moderou o debate após as apresentações lembrou a resistência que o setor tem a mudanças. “Ações disruptivas demoram muito para entrar na construção civil. É difícil mudar a cultura do setor, especialmente a confiança das famílias em novos materiais.”
8º Seminário Internacional BIM foi uma realização do SindusCon-SP, por meio dos comitês de Tecnologia e Qualidade (CTQ) e de Meio Ambiente (Comasp) e da Totvs. O evento contou com o patrocínio da Autodesk, BIMobject e Totvs.
(Andrea Ramos Bueno)
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