Saúde e crédito preocupam o Reformar para Mudar

Rafael Marko

Por Rafael Marko

Saúde e crédito preocupam o Reformar para Mudar

A preocupação com a saúde dos trabalhadores da construção, as restrições dos bancos à concessão de crédito e as altas taxas cobradas nesses empréstimos foram alguns dos temas debatidos na reunião virtual de 23 de abril do movimento Reformar para Mudar, que reúne 28 entidades empresariais e profissionais.

Pelo SindusCon-SP, participaram o presidente Odair Senra e o vice-presidente de Imobiliário, José Romeu Ferraz Neto, que também preside a Fiabci Brasil (Capítulo Nacional da Federação Internacional das Profissões Imobiliárias). O encontro foi coordenado pelo presidente do Secovi-SP (Sindicato da Habitação), Basilio Jafet, e contou com a participação do secretário de Estado da Habitação de São Paulo, Flávio Amary.

Senra relatou que 96% das obras da capital paulista estão operando, com a ajuda das ações em favor da saúde dos trabalhadores e das empresas, adotadas pelo Fórum Permanente que reúne o SindusCon-SP, o Seconci-SP (Serviço Social da Construção) e o Sintracon-SP (Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias da Construção de São Paulo). A preocupação é com a intensificação da pandemia provocada pelo coronavírus nas periferias, o que poderá trazer a Covid-19 às obras de construção, onde os índices de contaminação permanecem reduzidos.

Ferraz Neto e outros presidentes de entidade manifestaram a necessidade de suspensão dos litígios político-eleitorais, para proporcionar mais eficiência no combate à Covid-19 e às suas consequências para a saúde e a economia.

Saúde e abertura

O secretário Flávio Amary considerou que as ações do governo estadual, incluindo a ampliação em 50% do número de leitos hospitalares, contribuíram para que o sistema de saúde ganhe tempo para enfrentar o pico da epidemia, previsto para início de maio. Segundo ele, está em andamento a campanha de doação de um milhão de cestas básicas e materiais de higiene à periferia da capital paulista, com doações de empresas. O Desenvolve São Paulo recebeu 10 mil pedidos de concessão da linha de crédito de R$ 500 milhões e aprovou 6 mil deles.

Amary relatou que o governo estadual está conversando com os diversos setores empresariais para detalhar como se dará a reabertura gradual das atividades econômicas. Ele ficou encarregado de dialogar com a indústria imobiliária e o comércio, enquanto os secretários estaduais João Octaviano Machado (Logística e Transportes) e Marcos Penido (Infraestrutura e Meio Ambiente) conversarão com o setor de obras de infraestrutura.

A abertura, disse o secretário, deverá ser customizada por região, por setor de atividade e em fases, iniciando-se pelo Interior. O governo quer estimular as empresas a aplicarem testes para a detecção de anticorpos à Covid-19 em seus funcionários. Haverá um protocolo de ações a serem seguidas por cada setor durante a retomada das atividades, incluindo medidas de higienização, comunicação e monitoramento.

Mais crédito

A necessidade de ampliação e melhoria da concessão de crédito, sobretudo para pequenas e médias empresas, foi outro tema debatido. Constatou-se que os recursos existem, mas não chegam na ponta das empresas principalmente pelo rigor dos bancos na análise de crédito, ou quando chegam, vêm a taxas de juros elevadas. Ficou acertado que se levará a preocupação com o problema ao Banco Central, ao BNDES e à Febraban (Federação Brasileira de Bancos).

Basilio Jafet relatou que o Sebrae diz esperar obter do BNDES mais R$ 4,5 bilhões de recursos, que se somarão aos R$ 7,5 bilhões que a Caixa vai disponibilizar para financiamento de capital de giro de micro e pequenas empresas e MEIs, com aval do Sebrae. Esta entidade também está disponibilizando os cursos de sua grade e oferecendo cursos customizados.

Os membros do Reformar para Mudar também decidiram continuar trabalhando em um manifesto pela continuidade das reformas, chamando a atenção para a importância da reforma administrativa.

Também participaram da reunião, entre outros, os presidentes Luiz Antonio França (Abrainc), Luiz Kamilos (Sinicesp), Carlos Eduardo Jorge (Apeop) e Eduardo Lafraia (Instituto de Engenharia).

Integrantes do movimento

São as seguintes as entidades participantes do Reformar para Mudar:

Aabic (Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios do Estado de São Paulo)

Abifer (Associação Brasileira da Indústria Ferroviária)

Abrainc (Associação Brasileira das Incorporadoras)

Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers)

Abrasip (Associação Brasileira de Engenharia de Sistemas Prediais)

Abrinstal (Associação Brasileira pela Conformidade e Eficiência de Instalações)

ACSP (Associação Comercial de São Paulo)

Adit (Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil)

ADVB (Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil)

Aelo (Associação das Empresas de Desenvolvimento Urbano)

Apeop (Associação para o Progresso de Empresas de Obras de Infraestrutura Social e Logística)

AsBea (Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura)

Ashop (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping)

Brasinfra (Associação Brasileira dos Sindicatos e Associações de Classe de Infraestrutura)

CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção)

Cofeci (Conselho Federal dos Corretores de Imóveis

Deconcic/Fiesp (Departamento da Indústria da Construção e Mineração da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo)

Fiabci-Brasil (Federação Internacional das Profissões Imobiliárias)

IE (Instituto de Engenharia)

Sciesp (Sindicato dos Corretores de Imoveis do Estado de São Paulo)

Secovi-SP (Sindicato da Habitação)

Sinaenco (Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva)

SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo)

Sinicesp (Sindicato da Indústria da Construção Pesada do Estado de São Paulo)

Sobratema (Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração)

SRB (Sociedade Rural Brasileira)

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