Revisão do Plano Diretor é inadiável
Oferta de imóveis para todos os bolsos poderá aumentar
Balanço do mercado imobiliário em 2021 confirmou em nível nacional o que já se havia observado na cidade de São Paulo: o ritmo das vendas de imóveis novos cresceu, porém menos que o volume de lançamentos desses empreendimentos.
A indústria imobiliária tem buscado diminuir custos e elevar a produtividade, para seguir oferecendo imóveis acessíveis às famílias e atrativos aos investidores. No entanto, o setor não tem controle sobre fatores externos à sua atividade, como aumentos persistentes de preços de seus insumos e elevações dos juros dos financiamentos imobiliários.
Já o segmento produtivo que opera no programa habitacional Casa Verde e Amarela poderá voltar a ver suas vendas crescerem em 2022. Para tanto, os esforços do Ministério do Desenvolvimento Regional e do Conselho Curador do FGTS no ajuste das curvas de subsídios precisam se concretizar, de forma a compensar a elevação de custos de construção dos conjuntos habitacionais, o que viabilizará crescimentos de lançamentos e vendas, que estavam em queda.
Para tanto, também necessitam dar resultados iniciativas como as do governo do Estado de São Paulo e da Prefeitura da capital paulista, que por meio de seus programas habitacionais pretendem estimular o aumento da produção e da comercialização daqueles empreendimentos.
Neste cenário, ações como a discussão e a aprovação da revisão do Plano Diretor Estratégico de São Paulo não podem mais ser postergadas. Houve avanços desde sua vigência, mas é necessário aperfeiçoar seus dispositivos com vistas a corrigir distorções e diminuir o déficit habitacional da cidade. Certamente, os ajustes que se mostram necessários para aperfeiçoar o Plano Diretor possibilitarão soluções inteligentes para os problemas urbanísticos de São Paulo, elevando a oferta de imóveis acessíveis a todos os bolsos, mesmo no atual cenário econômico adverso.
