Procon-SP recebe ofício sobre aumento de preços do cimento e outros insumos 

Rafael Marko

Por Rafael Marko

Procon-SP recebe ofício sobre aumento de preços do cimento e outros insumos 

O SindusCon-SP e as entidades do setor da construção formalizaram em 25 de agosto, no Procon-SP, o pedido de providências em relação aos aumentos generalizados de preços dos insumos do setor e, em especial, do cimento.

Assinaram a carta ao diretor executivo do Procon-SP, Fernando Capez, os presidentes Odair Senra (SindusCon-SP), Antonio de Sousa Ramalho (Sintracon-SP – Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias da Construção e do Imobiliário de São Paulo), Basilio Jafet (Secovi-SP – Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis de São Paulo) e Luiz Antonio França (Abrainc – Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias).

No ofício, os presidentes se dizem “inconformados com os aumentos dos preços do cimento e de outros insumos, neste momento de grave crise econômica, em que será impossível repassar estas elevações aos consumidores finais: os adquirentes de imóveis e os órgãos públicos contratantes de obras de infraestrutura e habitação popular.”

“Infelizmente, os fornecedores de cimento se mostraram irredutíveis ante nossas solicitações para revisarem os aumentos, que estão ocorrendo num momento em que a responsabilidade do governo e dos agentes produtivos é de gerar e manter empregos, e não de elevar preços”, destacam os dirigentes.

A preocupação havia sido levada pelo setor da construção a Capez, que também é secretário de Defesa do Consumidor do Estado de São Paulo, em 19 de agosto. Na ocasião, o SindusCon-SP esteve representado pelo membro do Conselho Superior do CTQ (Comitê de Tecnologia e Qualidade), Renato Genioli. Capez se comprometeu a investigar a questão.

Risco de desabastecimento 

Na carta, as entidades da construção também manifestaram preocupação em relação à falta de produtos, como o concreto.

É a seguinte a íntegra da carta:

Exmo. Sr. Dr.

Fernando Capez

Diretor Executivo do Procon-SP

Exmo. Sr. Dr. Capez,

As entidades abaixo assinadas, representativas dos trabalhadores e das empresas da indústria de construção e da incorporação imobiliária paulista, vêm requerer as providências do Procon-SP em relação aos aumentos generalizados de preços dos insumos do setor, em especial neste período da pandemia de Covid-19.

Preocupa-nos particularmente o caso do cimento, de vez que um levantamento realizado pela CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), com 426 construtoras de 25 estados, entre 16 e 21 de julho deste ano, constatou que 95% das mesmas informaram que o cimento teve aumento durante o período da pandemia, entre março e julho.

Destas empresas, 66% informaram terem sofrido aumento de preços de até 10%; e 28%, acima de 10%.

As indústrias cimenteiras, por sua vez, além de praticarem tais aumentos, parece terem registrado elevação da demanda, principalmente por conta do chamado “consumo-formiga”, alimentado por autoconstrução e reformas. E no atual momento há notícias de ocorrer risco de desabastecimento de cimento, o que também acarretará interrupções no abastecimento de outra matéria prima insubstituível na indústria da construção, o concreto, o que, por consequência, poderá impactar no prazo de entrega de unidades imobiliárias por parte das construtoras e incorporadoras junto aos adquirentes das unidades.

Os setores da construção e da incorporação estão inconformados com os aumentos dos preços do cimento e de outros insumos, neste momento de grave crise econômica, em que será impossível repassar estas elevações aos consumidores finais: os adquirentes de imóveis e os órgãos públicos contratantes de obras de infraestrutura e habitação popular.

Infelizmente, os fornecedores de cimento se mostraram irredutíveis ante nossas solicitações para revisarem os aumentos, que estão ocorrendo num momento em que a responsabilidade do governo e dos agentes produtivos é de gerar e manter empregos, e não de elevar preços.

Ante o exposto, colocamo-nos desde já à disposição, para buscarmos uma solução a esta premente questão que ameaça a continuidade da execução de milhares de obras no Estado de São Paulo, centenas de milhares de empregos por nosso setor e o interesse dos consumidores finais de imóveis.

Atenciosamente,

Antonio de Sousa Ramalho 

Presidente do Sintracon-SP

Luiz Antonio França 

Presidente da Abrainc

Basilio Jafet 

Presidente do Secovi-SP

Odair Senra 

Presidente do SindusCon-SP

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