Preços dos imóveis residenciais novos sobem 10% em 2020
Por Rafael Marko
Os preços dos imóveis novos residenciais comercializados em dez capitais do país elevaram-se em média 10,28% em termos nominais, no acumulado de 2020. Ao longo de 2019, este percentual havia sido de 4,11%, e no ano anterior, de 0,64%.
Os dados são do IGMI-R (Índice Geral de Preços do Mercado Imobiliário Residencial) da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança). Em dezembro, a elevação foi de 0,82%, comparada a novembro, que por sua vez havia registrado aumento de 0,50% em relação a outubro.
A aceleração das variações anuais foi generalizada entre as 10 capitais analisadas pelo IGMI-R, ainda que de maneira heterogênea.
O resultado para São Paulo foi o destaque individual isolado, com elevação superior a 16,09% ao longo de 2020. Curitiba, Porto Alegre, Salvador, Goiânia e Brasília apresentaram taxas de variação próximas a 10%. Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Fortaleza aparecem a seguir, com taxas de variação próximas a 5%, enquanto Recife ficou atrás, com crescimento ligeiramente superior a 2%.
Com isso, os preços na maioria das dez capitais apresentaram elevações reais, na comparação com a variação do IPCA no ano, que foi de 4,52%. Entretanto, ainda não recuperaram totalmente as perdas ocorridas a partir da crise de 2014.
Análise
A recomposição real dos valores dos imóveis residenciais em 2020 perdeu força a partir do segundo trimestre, na medida em que tanto a valorização nominal não manteve a trajetória de aceleração verificada na virada do ano, quanto um conjunto de choques de oferta resultou na elevação dos índices de preços ao consumidor no período, comenta a Abecip.
Na análise da entidade, a ligeira desaceleração dos resultados acumulados em 12 meses do IGMI-R nos dois últimos meses de 2020 está em linha com o recrudescimento da pandemia e as incertezas em relação à retomada econômica.
Nesse contexto, de acordo com a Abecip, o desempenho do setor de construção civil e dos preços dos imóveis tem como principal condicionante no início de 2021 a capacidade do processo de imunização em restaurar as condições de retomada de atividades ao longo de todos os setores da economia, e reverter a conjuntura negativa do mercado de trabalho.
Superado esse importante obstáculo, a retomada da atividade econômica teria condições para ocorrer sem pressões que revertam as condições favoráveis de financiamento observadas nos últimos meses, avalia a Abecip.