Pessimismo na construção volta a se acentuar

Rafael Marko

Por Rafael Marko

Pessimismo na construção volta a se acentuar

O Índice de Confiança da Construção (ICST) da Fundação Getulio Vargas caiu 2,5 pontos, configurando a maior queda na margem desde junho de 2018 (-2,9 pontos). O indicador passou para 82,5 pontos, menor valor desde outubro de 2018 (81,8 pontos). Em médias móveis trimestrais, o ICST recuou 1 (um) ponto em março depois de seis altas consecutivas.

A sondagem foi realizada junto a 553 empresas, entre 1 e 22 de março. A pontuação vai de 0 a 200, denotando pessimismo abaixo de 100 e otimismo acima de 100. O ICST é o indicador-síntese da enquete, composto por quatro quesitos: Situação Atual dos Negócios, Carteira de Contratos, Expectativas com relação à evolução do Volume de Demanda nos três meses seguintes e Expectativas em relação à evolução da Situação dos Negócios da Empresa nos seis meses seguintes.

De acordo com Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção da FGV/Ibre, “o ritmo muito lento de crescimento da economia está minando a confiança mostrada pelos empresários da construção no final de 2018. Em março, prevaleceu a percepção de que a atividade retrocedeu, abalando também a confiança na melhora de curto prazo. O resultado de março acende uma luz amarela que reforça a preocupação com a retomada dos investimentos.”

A queda do ICST em março deveu-se tanto à piora da situação corrente das empresas quanto às perspectivas de curto prazo do empresariado. O Índice de Situação Atual (ISA-CST) caiu 2,4 pontos, atingindo 72 pontos, o que representa menor valor desde agosto de 2018 (71,7 pontos).

O resultado negativo do ISA-CST foi influenciado pela queda de dois indicadores: o que mede o grau de satisfação com a situação atual dos negócios recuou 2,1 pontos, passando para 73,6 pontos; e, o que mede a percepção sobre a situação atual da carteira de contratos caiu 2,7 pontos, para 70,6 pontos.

O Índice de Expectativas (IE-CST) caiu 2,5 pontos, recuando para 93,5 pontos. O indicador que mais influenciou a queda foi o que avalia o otimismo com a demanda prevista para os três meses seguintes, que cedeu 4 pontos, atingindo 91,3 pontos.

Reversão trimestral

Da mesma forma, o ritmo de melhora observada no último trimestre do ano passado não se sustentou.

Especialmente em fevereiro e março, a confiança do empresário recuou na margem e praticamente anulou crescimento anterior. Em médias móveis trimestrais, a queda do ICST foi generalizada, atingindo os principais segmentos do setor.

“O segmento de Edificações Residenciais apresentou a maior queda na confiança, um movimento que pode estar relacionado ao contingenciamento de recursos do Orçamento da União nesse início de ano e que vem atingindo o Programa Minha Casa Minha Vida”, observou Ana Maria.

Na avaliação da FGV, o resultado desse trimestre sugere que a recuperação do setor continuará lenta ao longo ano.

Capacidade ociosa

O Nível de Utilização da Capacidade (Nuci) do setor recuou 1,7 ponto percentual, para 65,3% em março. Tanto o Nuci para Máquinas e Equipamentos quanto o Nuci para Mão de Obra também recuaram 1,7 ponto percentual.

Com informações da FGV.

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