Momento é oportuno para o crédito imobiliário
Por Rafael Marko
Com a taxa de juros do crédito imobiliário mais baixa de toda a sua média histórica, o momento atual é de oportunidade para o adquirente de imóvel. A avaliação foi feita por Sandro Gamba, diretor de Negócios Imobiliários do Banco Santander Brasil, em live realizada em 18 de junho.
Participaram os presidentes do SindusCon-SP, Odair Senra; do Secovi-SP (Sindicato da Habitação), Basilio Jafet; e da Fiabci-Brasil (Federação Internacional Imobiliária) e vice-presidente de Imobiliário do SindusCon-SP, José Romeu Ferraz Neto, com mediação da jornalista Denise Campos de Toledo.
Segundo Odair Senra, “o setor imobiliário segue sendo desejado, o imóvel continua sendo moeda forte; mesmo que a taxa Selic suba mais, ela ainda está longe dos patamares anteriores que incomodavam. O setor é importante para a criação de empregos em grande escala, de que o Brasil precisa para gerar renda.”
O Santander está analisando em que momento elevará os juros no crédito imobiliário atrelado à TR (Taxa Referencial, hoje em 0%), por esta linha de financiamento ter correlação com os juros futuros, informou Gamba. Atualmente, os juros são de 6,99% mais TR. O banco não oferece uma linha atrelada à variação do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).
De acordo com o diretor do Santander, o volume total de crédito imobiliário no país foi de R$ 50 bilhões somente no primeiro quadrimestre deste ano – quase o dobro em relação ao mesmo período do ano passado. O volume de financiamento da pessoa física quebrou recorde em 2020, na comparação com 2019, sendo de 75% para 80% para imóveis usados. Já nas operações de pessoa jurídica houve queda no ano passado, por dificuldades de lançamentos de empreendimentos e aprovações na pandemia.
A uma indagação do presidente do SindusCon-SP, Gamba informou que o banco estuda a possibilidade de oferecer o crédito já na planta, como já acontece com empreendimentos enquadrados no programa Casa Verde e Amarela. Neste caso, o desafio será como não sofrer tanto impacto dos aumentos do INCC (Índice Nacional de Custos da Construção).
Com a elevação dos juros, ele disse acreditar que parte das aplicações em renda fixa deverá migrar para fundos imobiliários, operações estruturadas ou outras modalidades. Confirmou que estão ingressando capitais externos. E que muitas pessoas físicas continuarão investindo na Poupança, “bastante importante para o brasileiro em muitos locais e nichos”.
Concentração de tipologias
O diretor do Santander afirmou que o banco também está levando em conta a concentração de tipologias de imóveis, na análise que faz antes da concessão do crédito imobiliário à pessoa jurídica. Além da situação financeira, também é analisada a capacidade de execução do projeto, especialmente se no futuro a empresa incrementar o número de seus canteiros.
Gamba comentou que os atributos de ESG (fatores sociais, ambientais e de governança) da empresa também deverão necessariamente entrar em futuras análises de crédito às construtoras e incorporadoras, e que ela virá em paralelo a novas tecnologias. De outro lado, descartou a possibilidade de financiamento de 100% do custo do imóvel.