Indústria da construção fechou 600 empresas e perdeu mais de R$ 120 bilhões em receitas nos últimos dois anos

Redação SindusCon-SP

Por Redação SindusCon-SP

Indústria da construção fechou 600 empresas e perdeu mais de R$ 120 bilhões em receitas nos últimos dois anos

A indústria da construção, uma das mais afetadas pela crise econômica no Brasil, fechou 600 empresas e viu sua receita encolher em mais de R$ 120 bilhões em dois anos. Os dados são da Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC) de 2016, divulgada na última quinta-feira (7) pelo IBGE.
De acordo com a PAIC, em 2016 o setor totalizou R$ 318,7 bilhões em incorporações, obras e serviços, uma queda de 14,8% em relação a 2015, quando já tinha encolhido 15,9%. O desempenho negativo se refletiu no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, que encolheu 3,5%, sob impacto, entre outros fatores, da queda de 10,3% na Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF). No mencionado ano, o crédito imobiliário com recursos da poupança e do Fundo de Garantia do tempo de Serviço (FGTS) teve queda nominal de 16,2%, além de recuo de 10,2% no número de unidades financiadas em relação a 2015.
A participação das obras de infraestrutura na construção civil teve forte queda entre 2007 e 2016, passando de 41,3% para 29,5% do valor adicionado. Com a desaceleração dos investimentos em obras públicas, cresceu a construção de edifícios e os serviços especializados. Esses dados estão na
Segundo o gerente da pesquisa, José Carlos Guabyraba, “a retração das obras de infraestrutura no país no ano deveu-se a problemas políticos, econômicos e empresariais, resultando em uma mudança estrutural no setor”.
Paic_info2 - 08.06.2018Em 2016, todos os indicadores econômicos mostraram queda, com retração de 3,6% no Produto Interno Bruto (PIB). O resultado foi ainda pior na indústria da construção, que registrou -5,2%. Nesse cenário, o setor registrou receita bruta de R$ 319,6 bilhões. O valor das obras e serviços da construção atingiu R$ 299,1 bilhões, sendo que 31,5% vieram das obras contratadas por entidades públicas.
Havia, no ano, 127 mil empresas ativas na indústria da construção, ocupando cerca de dois milhões de pessoas. O gasto com salários, retiradas e outras remunerações chegaram a R$ 58,5 bilhões e o salário médio mensal foi de R$ 2.235,16.
Entre os produtos e/ou serviços oferecidos pelas empresas, a construção de rodovias, ferrovias, obras urbanas e obras de arte especiais caiu da primeira para a quarta colocação, entre 2007 e 2016. Com isso, as obras residenciais avançaram no ranking, passando da quinta para a primeira posição, entre 2007 e 2016.
O Nordeste apresentou o maior crescimento no valor das obras e serviços, passando de 15,7% para 19,2%, de 2007 a 2016. Apesar da queda na participação, o Sudeste respondeu por mais da metade do setor (51,1%).
“Isso reflete o processo de desconcentração da economia com perda de participação do Sudeste e ganhos no Nordeste e Norte”, concluiu Guabyraba.
Paic_info1 - 08.06.2018
Fonte: Adriana Saraiva/Agência IBGE

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